segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Traduzir Saudade

Ouvi dizer que Saudade é a palavra mais difícil de se traduzir. Disseram que ela significa muitas coisas, e que não existe uma única palavra que tenha toda a sua significância. Achei interessante, porém meio óbvio. Nem no nosso idioma temos palavras que expliquem os sintomas disso, imaginem em outro idioma.

Dizem que a saudade vem sobre as coisas que deixamos de ter um dia. É sobre coisas boas, coisas que nos fizeram bem, mas as vezes, em casos mais extremos, até de coisas que fizeram mal. Um abraço apertado, pode virar saudade no dia seguintes. Uma conversa boa, uma música tocando, uma troca de olhares. Podem vir a ser saudade logo pela manhã. Assim como as lágrimas, as dores, e os fracassos que não conseguimos superar. Tudo tem a ver com ela.

Mas o que é isso? Onde começa? Qual sua finalidade?

São tantas as perguntas, que ficamos sem saber como explicar. É difícil por em palavras tudo que tem a ver com sentir. Dizem que um pouco dela, serve para mostrar que você se importa. Que ela começa num beijo, aliás, no fim dele. As vezes começa logo após o ""até mais tarde!", outras começam assim que os olhos se fecham na hora de dormir, e o corpo se afasta na madrugada. E tem aquelas, mais complicadas, que começam depois de meses, as vezes, anos.

Mas explicar o que é, isso nunca foi o certo. Não da pra dizer que saudade é uma falta de ar, quando ela também pode ser uma foto no celular vista a cada três minutos. Não posso afirmar que ela é um suor frio, quando ela pode ser o abraço não dado em alguém que está a dois metros de distância. Ela é tanta coisa, que as vezes, ela é somente uma troca de olhares sem sentido algum.

Disseram que Saudade é a palavra mais difícil de se traduzir.  Porque algumas traduções, tiram o sentido de uma única coisa. E não tem muita lógica uma "saudade sem sentido". Já que ela é toda sobre sentimentos, sentidos e sentir.

Brincar com ela, é como correr de um cachorro bravo, Se você for rápido e cuidadoso, pode até se safar. Se ele te pegar, você ta ferrado, vai te devorar todinho. Não porque queira te causar algum mal, mas é por instinto, a natureza o ensinou assim. Quem brinca com saudade, pode se machucar feio. Quem é cauteloso, se machuca um pouco menos. Esperto é aquele que sabe que com cachorro bravo não se brinca. Com ele se faz amizade, acalma e se alia. Mordidas de saudades doem tanto quanto essa bocada.

Nunca fui muito sobre ela. Gosto de pensar que sou daquele tipo que não provoca sua fúria. Nem sai correndo quando a vê chegar. A saudade é um sintoma de que algo lhe faz bem. Um sintoma de sorriso preso na garganta querendo pular pra fora, mesmo os motivos não estando mais tão próximos assim. As vezes, ela é choro, mas nessas vezes, ela só se tornou choro, porque um dia foi feita de muitos sorrisos.

Eu, bem, não posso lhes explicar o que é saudade.
Costumam dizer que é a palavra mais difícil de se traduzir.
Quanta bobagem, se me pedissem um termo em outro idioma, eu não o escreveria, apenas passaria um nome e um endereço. Porque não sei explicar muito bem, mas sei exatamente onde ela mora.


Imagem: Ié-Ié

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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Do contra

História de Anônima

Deveria ser a décima ou vigésima vez naquela noite que repetia a mesma frase: “Hoje eu não vou sair”. Era uma mentira, porque o celular já estava entre os meus dedos digitando mensagens com um tal de “não sei”, “vamos ver”, ao invés de um belo “Não” para os convites daquele dia.

Bem, isso não é importante. Na verdade, nada era. Onde ir, com quem ir e como ir, nunca foram grandes importâncias. Eu só não queria ficar sozinha, por mais que insistisse que não podia ficar em meio a tanta gente. Tem dias que precisamos só da nossa dose, e por mais que eu insistisse que era esse o meu dia, não conseguia respeitá-lo.

Não sou o tipo de garota que não se envolve. Mas já estava cansada de ser o outro tipo. Sempre levando um balde frio na cabeça quando o assunto era pegar fogo por alguém. Gostar de alguém era muito fácil, nos primeiros dez minutos, depois disso era só mais uma pessoa como todas as outras. E nada tinha a ver com cativar e tornar-se única entre tantas outras mil.

Meia-noite, mais que isso. Sozinha, esperando os amigos chegarem. Não sou muito paciente, nem dependo das pessoas. Quando decidi que iria, já estava na porta daquela boate, só não queria entrar sozinha, então me mantive ali, a espera. Na minha impaciência, isso nunca seria admissível, mas eu estava me burlando toda nesse dia. Não havia entendido o porquê, mas nesse instante, o meu desejo por me contrariar, colocou-me onde eu devia estar.

Meu gosto, sobre os caras, não é muito diferente das outras pessoas. Mas eu tenho aquelas características que só fazem parte do meu gostar. Um andar mais duro, a camiseta mais comprida e o boné escondendo os olhos. Isso é um tipo que chamaria minha atenção. Gosto de pulseiras, gosto de colares, gosto de tênis alto e de quem chama a minha atenção sem fazer esforço algum. Gosto de olhar incisivo, barba e olhos castanhos.

Ele, sendo uma pessoa como tantas outras, apenas chegou com seus amigos e entrou no lugar. Minha ansiedade começou a gritar para eu não esperar por mais ninguém. Mas esperei. Contrariar-me estava dando certo até neste momento, porque não continuar assim? Os amigos chegaram logo em seguida, alguns minutos depois, estávamos dançando sob aquelas luzes e ouvindo aquelas músicas de sempre.

Ele me olhou. Eu desviei o olhar. Eu o olhei, ele desviou o olhar.

A timidez é uma grande idiotice as vezes. Já se passaram algumas horas, e ninguém tinha coragem de dizer um “oi”. Meus amigos insistiam que eu deveria toma a atitude. Nunca. Não sou o tipo de garota que sabe o que dizer. Eu mal consigo completar as minhas próprias frases em uma conversa segura. Imagine, isso seria um absurdo. Ele deveria fazer isso. Eu já o tinha visto primeiro, era a vez dele falar por primeiro.

Garoto estúpido. Não olhava em meus olhos, mas tinha coragem de sentar-se diante de mim e não dizer nada. Na roda, entre meus amigos, o comentário era o mesmo “ele está olhando para você”. Eu nem acreditava nisso, nossos olhos nem se esbarravam. Até aquele momento, quando, distraída, peguei-me olhando para ele enquanto minha amiga dizia algo sobre o mesmo. E lá estava, belos castanho mirando para esses verde clichê que eram os meus.

Eu não iria falar com ele. Não mesmo. Só que lá estava eu, a garota que resolveu se contrariar nesse dia. Avancei um passo, dois e três. Logo estava diante dele, ele ainda sentado, olhando em seu celular. Eu disse o primeiro “oi”. Ele estremeceu, eu vi quando o celular quase escorregou entre seus dedos. Olhou-me nos olhos, e respondeu com um sorriso. Aproximou-se e perguntou meu nome. Logo eu já sabia o dele, e seus gostos, e os lugares onde viajou, ele gostava de ler, e eu sempre fui uma poesia mal terminada precisando ser compreendida.

Passaram-se alguns minutos, logo já eram mais de dez, ele continuava interessante. Passaram-se alguns dias, depois meses. E ele continuou interessante. Eu disse para mim mesma que nunca mais me apaixonaria, nunca mais me entregaria, nem acreditaria em qualquer palpitação boba dentro do meu peito. Contrariei-me, mais uma vez, aqui estou agora.


Ele não precisava disso. Eu também não. Mas um dia prometemos que o importante, depois de nos cativarmos, é que se um dia fosse de lágrimas, as memórias nos valeriam a "cor do trigo". Depois de tanta água fria, decidimos que o contrário faria parte de nossas vidas. O medo, virou coragem, as lágrimas, sorrisos. E as noites frias sozinha, tornaram-se boa companhia quente de madrugada. O que nunca deu certo, passou a fazer sentido. E o que nunca fez sentido, passou a dar certo.

Os pequenos olhos castanhos me tinham, antes mesmo de saber quem eu era.
Eu era a dança dele, antes mesmo de saber que minha poesia também era música.
E isso, eu aprendi com uma raposa, é o essencial que os olhos nunca puderam ver.



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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Camisa Xadrez

Ontem vi aquela velha camisa xadrez. Ela estava bem aqui, no meu armário, há alguns meses atrás. Antes de você dizer Adeus, e eu notar que você adorava me ver vestido nela. O espaço que ela ocupava, agora abriga um camiseta de gola polo que eu gosto de usar, e você nem sabe qual é.



Minha barba cresceu, você notou?
Aliás, você tem me notado por aí durante todos esses dias?
Eu continuo indo naqueles mesmos lugares, os bares ainda são os mesmos. Ainda gosto daquela bebida de nome estranho e de cor escura que você nunca quis experimentar. Meus olhos ainda te procuram, e esperam encontrar aquela mesma cerveja presa em seus dedos.

Você cortou o cabelo. Eu vi, em uma de suas fotos numa rede social. Reparei que o sorriso continua o mesmo, e aqueles olhos castanhos continuam pequenos e com um brilho intenso. Sua pele ainda é muito branca, mas o cabelo mudou. Eu notaria seu cabelo, porque ele sempre foi algo que eu muito admirei em você.

Sua voz ainda é a mesma? 
Eu não sei, na verdade não me lembro dela. É triste pensar nisso, que a voz que me acordou durante um grande número de dias, tenha sumido da minha memória. Nunca mais pude ouvir aquele som doce que ela produzia, nem sentir a calmaria que as suas palavras me proporcionavam, sinto falta dela.

Lembra quando combinamos que Nando Reis seria a “nossa música”?
Nunca escolhemos uma, mas sabíamos que ele poderia descrever nossa história em algum momento. Eu diria agora que “[...]diga que você me quer, porque eu te quero também”, e você riria disso, mas concordaria com a escolha.

Porque esse sempre foi o seu jeito, o de fazer tudo por mim. Um dia, você quis ser mais que o sol e a lua, porém isso era exigir demais de alguém. E eu não pude lidar com esse tanto de você, fugi. Outro dia, eu quis ser o sol e lua, e agora sou eu quem escreve uma carta de saudade.

Ontem vi aquela velha camisa xadrez. Em uma foto, esquecida, presa na tela do meu celular. Ela me vestia, perfeitamente, bem. E eu gostava tanto de saber que você a adorava. A minha barba, continua maior do que estava na foto. Seu cabelo não é mais o mesmo também. Sua voz ainda não posso ouvir, mas ainda consigo sentir Nando Reis falando sobre nós dois.

Hoje vou colocar aquela camiseta polo que você não conhece, mas eu gosto de usar. Mudei os lugares, estou indo num bar novo, onde você nunca antes foi. Meus olhos, azuis, não têm mais profundidade e nem brilho algum. Minha bebida, hoje, será aquela cerveja que você adorava. Mas ninguém saberá o porquê da minha escolha, é apenas no meu íntimo que eu deixo claro minhas intenções com aquela bebida.

E assim vou tendo um pouco de você. Um dia de cada vez, até que eu não precise mais me importar em não pensar em nós. E apenas pense em mim, ou no que você deixou aqui.

Eu amo lembrar de quando você elogiava aquela camisa xadrez.

Mesmo ela nem existindo mais em mim.

Imagem: Favim.com

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O que você está pensando?


Pergunta que surge no meio do beijo.
Na pausa entre olhar e sorrir.
Quando mil coisa passavam na cabeça
E nenhuma delas fariam sentido ali.

Você quer saber mesmo?
O que eu estou pensando?
Pausa pra pensar novamente.
Só que agora sobre o quê estão perguntando.

Não que esteja pensando em algo
Mas sei lá, cara!
Deita aqui no meu colo.
Faz silêncio e me deixa pensar.

Olhos curiosos, indagam ainda mais
Os pensamentos correm
Voam, tropeçam e voltam.
Porém não formavam palavras jamais.

Que cheiro bom, me traz calmaria.
Agora veio outro beijo,
Os olhos curiosos,
E a pergunta se repetia

O que você está pensando?
Vai responde, diz pra mim.
Mata minha curiosidade,
Promete não me deixar assim.

Eu ri, sorriso bobo, esse seu.
Não estou pensando em nada.
Nada sobre beijo, carinho
Ou pela parte do meu peito que se mexeu.

Eu gosto de pensar muito,
Olhar e sentir cada detalhe.
Rola um sentimento mútuo.
Eu também não sei lidar com sua curiosidade.

Mas a pergunta persiste.
E eu tento responder.
O que você está pensado?
Calma, deixa-me saber.

Seus lábios, seu sorriso.
Um pouco sobre você.
O céu, inferno e paraíso.
Onde eu fui me meter?
Sua calmaria, seu olhar preciso.
Seu jeito de me ver.
Seu queixo quadrado, jeito incisivo.
E eu tentando não tremer.
Você fala baixo, sussurra mansinho.
E eu tento te compreender.
Mas penso sobre o Beijo e carinho.
E que há muito quis esquecer.

O que estou pensando?
Não é nada muito interessante,
Um pouco de pingo nos i's
E alguém pra dividir um refrigerante.
Penso sobre coisas, momentos,
Um pouco de saudades.
Mas o que mais penso agora
É nesse teu beijo e minha necessidade.

Sobre o que estou pensando:
É porque você está aí e eu estou lá.
Quero saber o que você pensa
Mas em meio ao beijo, nem vou mais me importar.

Imagem: Favim.com

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sábado, 12 de setembro de 2015

Vlog: Desinteresse-me



E o que é interessante hoje em dia? Um sorriso bobo, uma ligação no dia seguinte, dizer que gostar depois que o primeiro já disse? Não sei. Só vejo que quanto mais desinteresse mostramos por alguém, mais interessada essa pessoa fica.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Quebrando o Gelo

História de Ariane Ribeiro


Tudo começa com o frio. Não sou o tipo de garota que demonstra certas fraquezas, pelo contrário, sou do tipo que mostra a sua força mesmo quando não tenho mais de onde tirá-la. Tenho muita fé em tudo que diz a respeito em ser e mostrar uma mulher forte, mesmo eu tendo a idade de uma menina.

Tudo bem, calma, só preciso que vocês entendam o meu jeito de ser, antes de entenderem o porquê desses detalhes serem importantes.

Mais um dia comum, os amigos reunidos com aquelas mesmas piadas de sempre. Cada rosto ali, é familiar. Amigos que gostava de conversar durante os intervalos de uma aula para outra. Sim a história começa no colegial, e nele havia um garoto, o qual eu, ainda, não conhecia (pelo menos, não pessoalmente).

Mãos frias, qual é o meu problema com elas? Não importa a temperatura, elas sempre estão geladas. E eu sempre fui um pouco mais friorenta que o comum. Não sou muito de reclamar disso, mas naquele dia, eu reclamei, em voz alta. “Estou morrendo de frio”. E aquele rosto, ainda não conhecido, com aquele sorriso de canto, olhou-me. E da forma mais abusada que poderia colocar numa frase, disse que poderia me esquentar.

Eu deveria é sair de perto. Esses garotos sempre têm essa mania de mexer com as meninas que eles acham bonita, e acabam fazendo com que fiquem sem graça. Mas tinha algo que me intrigava nele. As minhas mãos, ainda geladas, nada se comparava ao meu rosto, que agora estava fervendo. Não sou do tipo de mulher que fica sem palavras, nem ele era o tipo de cara que não soubesse usá-las.

Quer saber a verdade? Ele não ia me deixar sem graça, então eu disse que aceitava. Aproximei-me dele e colocou aquelas mãos frias em sua pele. Ele suspirou, ainda sorrindo (aquele mesmo sorriso torto e ousado), e disse que minha mão estava realmente gelada, achei que tinha se arrependido. Mas não. Ele tinha mesmo esse jeito de se gabar de tudo, e nessa hora, contou vantagem por poder aquece-las para mim.

Confesso que eu gostava daquela sensação, sua pele quente entre meus dedos frios. Mas com toda aquela timidez que não precisava estar ali naquele momento, ele me venceu, e eu retirei as mãos envergonhada. Ele nada disse.

Eu já conhecia a sua irmã, éramos amigas. Então eles me acompanharam até a minha casa. Ela mais atrás, ele ao meu lado.

É estranho quando um desconhecido rouba um sorriso seu, mais ainda quando rouba o segundo e o terceiro depois dele. E ele se mantinha assim, ouvindo sobre minha vida, contando sobre a dele, e roubando cada sorriso tímido e bobo que eu poderia oferecer. Ele, realmente estava empenhado em não me deixar naquele frio.

Dia seguinte, dessa vez, eu não deixaria que ele me ganhasse. Ao vê-lo, fiz questão de colocar aquelas mãos frias em sua pele. Ele riu de mim, eu me sentia uma boba. “Ele não vai parar com esse sorriso?”. E não parou, e o que havia sido uma quebra de rotina no dia anterior, hoje se tornou algo corriqueiro, e lá estávamos nós indo embora juntos enquanto conversávamos sobre nossas vidas.

Eu queria que ele soubesse o quanto eu me sentia em paz estando ao seu lado. Não sou o tipo que deixa claro os sentimentos, nem do tipo que se apaixona no segundo dia que está conversando com alguém. Mas ele, não sei, tinha a pele macia, fez meu rosto queimar, sem nem me tocar. Minhas mãos eram frias, havia um choque quando nossos dedos se cruzavam. Ei, espera, eu nem percebi, e nossos dedos estavam lá. Cruzados.

Ele, tremendo ladrão, roubou-me sorrisos. E com aqueles olhos me roubava toda a atenção. O mundo poderia esfriar por inteiro neste momento. Uma velha árvore estava lá, era a nossa cúmplice, oferecendo sua sombra como um abraço para dois tímidos, ousados, se chocando por completo. E eu sabia que ali nada importaria, eu estava aquecida, estava presa a ele. E assim me mantive, até que aqueles lábios quentes, tocaram os meus. Caramba, ele havia quebrado tanto gelo.


Deitada nessa cama, hoje, depois de quatro anos. Ainda me arrepio quando ele me abraça e deixa a sua pele quente me tocar, quebrando cada frio que possa se aproximar de mim. Ele, meu marido, ainda tem aquele mesmo olhar, o sorriso continua ousado e ainda se gaba por ter feito a garota tímida estremecer com ele. Nunca fui do tipo de garota que demonstra fraquezas, mas ele sempre foi o tipo de cara que demonstrou ser minha força.

Meus dedos estão tão aquecidos agora.


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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Vamos Jogar?

No começo acreditamos em qualquer par de olhos que fixem no nosso por mais de cinco minutos. E ali digam que farão parte de toda a história. Que serão, de uma vez por todas, os nossos pares de olhos.

Aí caímos uma vez, e tudo isso muda.

Da pra acreditar no amor depois de ter se machucado tanto por causa dele? Da para esperar um abraço apertado ao fim da noite, depois que o dia foi feito sob uma tempestade sem fim?

A resposta, mais sincera e simples, seria um belo: Não.

Porém ser sensato nesse jogo, é pura burrice. Contraditório, eu sei. Mas não tem como definir de outra forma. Quem tenta ser inteligente no jogo que o sentimento inventar, não passa de um burro que vai perder antes mesmo de chegar ao final.

Diria que após queimar a mão ao aproxima-la do fogo, nós aprendemos a não tentar toca-lo nunca mais. E no amor funciona desse mesmo jeito, porém não aprendemos nada aqui, na verdade fazemos questão de esquecer a lição toda vez que ele se aproxima. E o resultado disso é mais e mais queimaduras.

A pior parte, é tentar entender quando que isso tudo começa. Tentar entender quem comanda quem e quem gosta mais que quem. Porque nós temos essa mania de querer ser o mais sensato, porém eu já disse antes, isso é burrice.

Então como faríamos para valer a pena o amor?

Acho que a resposta é bem mais simples ainda: Sejamos burros.

Claro que sim. Só uma pessoa tola e que não ouve seu cérebro consegue, de verdade, viver todas as etapas do sentimento sem refrear e sem pedir para ir mais devagar. Ser burro implica em aceitar as regras sem fazer perguntas, mesmo elas sendo cada vez mais absurdas.

Lembra o que eu falei que acontece no começo? O que eu disse sobre acreditar num par de olhos? Só uma pessoa, realmente, burra consegue isso. E eu diria mais, diria que um completo idiota merece muito mais amar do que qualquer sábio sobre o assunto. Não sei se "merecer" é a palavra correta, mas que ele alcança isso muito mais rapidamente, é.

Então, eu me rendo.
Deixo de lado todas as lições e aprendizados. Espero que um dia eu esqueça que o fogo pode queimar a minha mão e também deixe as regras de lado. Porque amar é uma tremenda idiotice para quem sabe como jogar. Mas é um país das maravilhas inteiro para o idiota que não se importa em questionar.



E faz algum tempo que sei todas as regras. Sei onde começa e termina. Na verdade tenho dado as cartas em mais de uma partida. E a resposta é sempre a mesma, nenhum vencedor, todos perdedores. Mas uma hora cansa e saber tudo sobre o assunto se torna bobagem. Então deixemos o baralho sobre a mesa, ninguém precisa dar as cartas. Sejamos completos idiotas e sigamos as regras sem perguntar. Por fim veremos como termina a partida.

Será você ou eu, e talvez até nós.
Mas antes de qualquer coisa, preciso saber de você:

Ta afim de jogar?

Imagem: Deviant Art

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sábado, 5 de setembro de 2015

Vlog: Sou Gostoso


Algumas pessoas cismam em dizer que o tal "ser gostoso" tem a ver com a barriga tanquinho, o braço bem definido e essas coisas de gente que gosta de malhar. Mas isso tem a ver com detalhes, com sorrisos bobos e momentos a dois.

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Youtube: Na Dúvida, Sorria

Texto: Sou Gostoso

Poema: Ser Gostoso

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