terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fragmentos do Diário de uma Paixão

Depois de algum tempo ele voltava para aquele lugar que era de costume estar todos os dias, as luzes continuam as mesmas, os ventiladores podem ter mudado de lugar, as cadeira um pouco mais confusas, mas o que não mudou foram as companhias, ainda os mesmos amigos, agora com mais histórias. Algumas engraçadas, outras nem tanto, mas ainda sim, muitas história.

E por um segundo seu olhar se desviou, costumava navegar os olhos por toda a sala, ver quem estava, onde ou com que companhia. Sempre gostou deste lance de observação, por um instante seu olhar parou, sua garganta secou e ele a viu ali. Sentada entre tantos outros, escondida atrás de alguns, mas seu olhar conseguiu seguir direto na sua direção.

A pele de um branco difícil de ser descrito em palavras, lembrava o frio de uma estação, e de algo que alojava seu peito, em seu rosto o vermelho retocava a cor de sua pele, deixando-a com a cara de uma menina que não entende bem o que está fazendo ali, os olhos pequenos de tons castanho, em brilho quase esverdeados, pareciam esconder um grande mistério, que deslizava em sua pele e caía sobre seus lábios, carnudos e desejosos lábios cor de rosa, mas não uma qualquer, arriscaria dizer a mais bela dentre todas elas.

A voz de seus amigos começou a diminuir, o tom da conversa começou a se dispersar e quando se deu conta estava apenas com o olhar fixo nela, aquela criatura que ele nunca havia visto antes, sentada ali, quebrando em seu peito algo a muito congelado, quebrando os seus medos, e o levando a ter vontades novamente. Vontade de acreditar, de se dedicar, e principalmente, de voar.

Era difícil encontrar as palavras certas, ou dizer o que se passava em sua mente, todos daquele lugar pareciam ter sumido, só os dois restavam ali. As suas pernas tremiam fortes, seus olhos já não se importavam por onde navegam, sua mente o levava a lugares que desconhecia, mas tudo que importava era a companhia, a companhia dela.

É acordado com o grito de alguém que já havia dito o seu nome por várias vezes, mas que não conseguiu ouvir por estar distante, em um lugar onde enxergava apenas a beleza daquela garota. Respondeu com um sorriso, continuou a conversa, mas desde então, percebeu que as coisas continuavam iguais, mas depois disto seus dias nunca mais seriam os mesmos.

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sábado, 25 de agosto de 2012

Perdido





Eu diria que perdi alguma coisa
Melhor que isso, diria que a escondi
Diria que escondi alguma coisa
Mas se escondesse saberia onde está
Diria que não sei onde ela está
Então de alguma forma preciso encontrar.

Eu diria que quero encontrar alguma coisa
Melhor que isso, diria que a preciso
Diria que preciso encontrar alguma coisa
Mas se precisasse teria de existir um motivo
Diria que existe um motivo
Então de alguma forma o motivo iria se revelar.

Eu diria que existe um grande motivo
Melhor que isso, diria que ele é a razão
Diria que a razão me levaria a diante
Mas a razão diria muito mais ao meu respeito
Diria que é pessoal
Então de alguma forma, seria sobre mim.

Eu diria que encontrei algo sobre mim
Melhor que isso, diria que encontrei em você
Diria que você é o motivo
Mas se precisasse eu te daria toda a razão
Diria tudo o que preciso
Então de alguma forma, você me encontraria.

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Donkey Kong - Nostalgia


Existem coisas que são pra sempre marcas da sua infância, e na minha uma delas se chama Donkey Kong.
Passando pelo youtube encontrei um vídeo Nostálgico sobre a saga do nosso querido macaco burro e metido a valentão. E acho que vale e muito a pena gastar 45 minutos do seu dia para apreciar essa maravilha e tremendo trabalho feito pelo Zangado


E para matar a saudades ainda um pouco mais segue o link da música tema tocada no piano.

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domingo, 19 de agosto de 2012

Duros olhos Azul Marina

Uma casa vazia, ao fundo uma música forte - daquelas que nos fazem cantar chorando enquanto descontamos nossas raivas. Em um quarto, sentada em sua cama, encontrava-se uma garota comum. Seus longos e lisos cabelos negros ressaltavam sua pele, que de tão branca parecia não ver o sol há algum tempo. Sua boca brilhava entrando em contraste com a camisa vermelha que vestia. Uma camisa qualquer, velha e sem graça. Em sua mão estava um telefone. Os olhos, duros olhos azuis, rodeados por uma mancha vermelha que se mostrava sofridos, ainda passavam pelas letras daquela curta mensagem: "Eu sinto sua falta."

Por um momento sentiu uma imensa vontade de respondê-lo, mostrar que o amor ainda existia, que a história era real. Mas preferiu deixar a música e as lágrima a levarem. 

Acordou logo depois que o sol já estava gritando por sua janela, tentando de todas as formas entrar em seus aposentos. O rádio ainda tocando algumas músicas, sua cabeça ainda doía. Não se lembrou ao certo quando dormiu, mas sabia o porquê estava com os olhos ainda inchados. Sabia a causa do gosto amargo em sua boca, também sabia que estava discando o número dele.

Beto abriu os olhos e viu acima dele um lustre que ainda não conhecia, correu os olhos pelo quarto.  Viu algumas roupas jogadas no chão e no canto algumas almofadas vermelhas. Viu grande parte de suas roupas se misturando com outras roupas de uma garota. Ao seu lado, longos cabelos louros enchiam o travesseiro. A pele da garota era clara e o lembrava de alguém, ainda mais nua estando nua e quente, era macia. Poderia continuar aquilo ali, mas ele nem queria se lembrar do nome dela, era mais fácil assim. Saiu por debaixo daqueles lençóis, calmo vestiu suas roupas e partiu para a porta.

No seu carro começou a pensar em como chegou ali: Estava em sua casa ouvindo alguma música no rádio, que o fazia cantar em tom de raiva e mágoas, quando se viu escrevendo uma mensagem boba pra uma garota boba, que o fez viver a parte mais feliz e boba de sua vida. Um pouco após isto,  uma campainha tocou, viu que seus amigos trouxeram algumas bebidas e muitos convites para uma festa em um desses lugares que várias garotas de coração partido aceitam qualquer história para se iludirem.

Chegou em sua casa, agora o sol já brilhava forte no céu, o seu estômago arriscava dizer que o horário de almoço já havia passado. Mas foi neste momento que viu seu telefone tocar. Seu peito aos poucos se petrificava no frio de um gelo, seu estômago se embrulhava, até que então viu o número dela.

Começou a conversa devagar, ouviu o choro da garota, suas palavras se misturavam ao gosto de suas próprias lágrimas, ela pedia por uma mudança que ele havia lhe prometido, mas a noite anterior mostrou que está mudança estava ainda longe de ser alcançada. Então a culpa o pegou, tomando cuidado com cada palavra, se viu obrigado a contar de onde voltava.

Bruna abriu seus olhos com a claridade em sua janela, sentia um enorme vazio e uma culpa ainda a consumia. Procurou por alguém ao seu lado, mas tudo que encontrou foi o sentimento se fazendo vivo e o vazio aumentou ainda mais. Os olhos agora se mostravam castanhos, um tom claro e intrigante, os cabelos louros se esticavam sobre os travesseiros. No chão tudo o que via era suas roupas e ao canto suas almofadas vermelhas ainda estavam la.

Seu telefone jogado sobre sua escrivaninha tocava, tentou se levantar depressa, mas sua cabeça rodava e ainda doía, devido a alguns drinques tomados na noite anterior. Calmamente se ergueu, viu que conhecia aquele número, viu que sabia o que tinha feito e que agora Ela, sua melhor amiga que hoje há muito se encontrava distante e perdida no espaço de tempo, também sabia.

Tentou não parecer fraca e não se sentir culpada. Mas a voz fraca de Marina ao telefone a fez perceber do grande erro que cometera. Ouviu tudo que ela tinha pra lhe contar. Por incrível que pareça aquela garota conseguia ser mais que especial, mesmo estando magoada e destruída. Disse que ela sempre soube de toda a história, ressaltou as vezes quando disse a amiga para que terminasse tudo, que ele não era o melhor para ela, ressaltou também que eles já se sentaram na mesma mesa e dividiram das mesmas alegrias juntos e agora a eliminaram da história para brincarem de se enganar juntos.


Uma casa vazia, ao fundo uma música forte - daquelas que você escuta enquanto se arruma para sair a noite e esquecer de quem você, realmente, é . Em um quarto, um espelho grande refletia a imagem daquela garota, de longos cabelos negros que agora alcançavam sua cintura. Sua pele branca ainda era realçada pelo azul dos seus olhos, um olhar agora sem brilho, mas sim contrastado por uma sombra de cores vibrantes que o envolviam. Em sua boca uma tinta que a pintava com uma cor forte, realçando o resto de toda a maquiagem no seu rosto. A camisa vermelha agora havia sido substituída por um vestido que descia em torno de suas formas e valorizava tudo que existia de mais belo nas curvas daquela garota.

Agora seus olhos passavam pelo telefone, olhos firmes e frios, duros olhos azuis que escondiam todo o sentimento daquela garota. Uma mensagem recebida, mas agora não sentia mais medo, havia trocado o número, trocado a vida, havia desistido de tudo. E agora o que lia era apenas a mensagem de outras garotas que assim como ela, estavam indo para um lugar onde garotas de coração partido e que negam seus sentimentos vão dançar e acreditar nas mentiras de alguém que pode ser a história de amor fracassada de uma outra alguém.

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Bloqueio


Sabe quando abrimos os olhos logo pela manhã, naquele momento antes mesmo de seu relógio despertar, bem na hora que os pequenos raios de sol lutam por uma brecha em sua janela, naquela hora em que seus sonhos ainda tentam dar uma escapada enquanto você tenta escapar deles. É nesta hora que a inspiração vem. Quando você está sentado em seu carro, em um ônibus, ou qualquer outro transporte, que o leve ao seu destino logo pela manhã. Você sente o vento em seu rosto, então quer falar sobre aquilo, sobre aquela sensação boba logo de manhã. Aquele céu azul, iluminado por um rei amarelo que brilha mais forte que tudo no seu dia.

Sabe aquele abraço apertado quando você reencontra um amigo há muito perdido na sua vida, que se atreveria dizer que o esqueceu, mas sabe bem que já contou muitas das histórias que vivenciaram juntos para seu novo círculo de amizade. Neste momento eu queria escrever. Ou quando você conhece alguém novo e dois dias depois aquela pessoa se sente tão a vontade ao seu lado, que você sabe da vida dela mais do que esperava saber. Então você vê que ela é machucada, escondida e morre de medo de coisas pelas quais você já passou. Nesta hora, você precisa contar uma história.

Sabe quando você volta das suas férias, você percebe que passou o tempo todo sem se importar com o que seus colegas andaram fazendo, mas que depois de tudo, não conseguem se desgrudar, toda brincadeira é de risos, conversas sérias são risos e até os risos são mais que risos. Eu teria algo a dizer sobre isso. Em uma aula quando você vê detalhes dentro de coisas que ninguém percebeu, num pedaço de papel com um ponto negro no centro ou uma história de vida diferente, talvez um sorriso tímido que ninguém notou. Eu escreveria mais que uma história sobre isso.

Sabe quando você senta em frente ao seu computador, liga suas músicas agitadas, então desliga o som, e religa em músicas que você nunca ouve. E nada, eu diria NADA, consegue te fazer colocar em palavras  o que você anda sentindo por aí?

Peço desculpas, não a vocês, não a alguém em especial. Esse meu pedido de desculpas é para comigo mesmo, pelo fato de não saber separar sentimentos de palavras. Mas afinal eles são tão próximos, seguem em linhas tão similares, que seria uma falta de respeito separá-los de qualquer forma. 

O meu bloqueio não vem de hoje, nem de ontem, vem de algum tempo. Vem do tempo em que eu tomei a decisão de não me entregar, de não sentir, de não mais intensificar cada momento. Não me arrependi desta decisão, só sinto falta de colocar num papel história e detalhes bobos que todo mundo esquece de notar.

Entrei em uma guerra, vestido da minha melhor armadura, a espada em punho e a frente de tudo estava o meu escudo. Sangrei algumas vezes, perdi boa parte da armadura, mas algo continuou a frente de tudo, algo que me salvou e me tirou da batalha fazendo com que eu desistisse de lutar, o meu escudo. Vivi histórias, ou presenciei momento que de coração, me coloquei ali e compartilhei, enquanto lia sorria, por vezes chorava, entre linhas e parágrafos de meu próprio texto, mas eu me bloqueei. Com isso minhas palavras perderam o sentido e cada história boba que eu dividia com vocês. Afinal, o escudo é alto, e não consigo enxergar mais a magia que elas proporcionam aos olhos e corações de quem consegue entender os sentimentos que coloco nas palavras.

Não falta sentimento aqui, falta senti-los. E palavras para expressá-los. E talvez consiga fugir desta maldita, terrível, e assustadora, palavrinha de oito letras: Bloqueio.

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