sábado, 27 de abril de 2013

Direitos Iguais




Queremos estudar - Disse o negro que tem cotas de vaga na faculdade.
Queremos nos casar - Disse o gay que saiu seminu numa passeata.
Queremos menos machismo - Disse a mulher que traiu seu marido.

Queremos mais Humanidade - Disse o homem que trata seus iguais como animais.

O seu direito termina onde começa o do próximo. Antes de levantar a bandeira por uma causa e defende-la com unhas e dentes, esteja ciente dos teus atos, para que esta não vire uma piada. Direitos Iguais é ter as mesmas oportunidades, mesmas leis e mesmos respeitos que qualquer ser humano possa ter. Mas saiba que nem todo ser humano é igual, afinal o que cada um é não é definido por sexo, religião, cor da pele ou qualquer aspecto parecido. O que cada um é diz a respeito de sua personalidade, que é construída durante anos.

O preconceito começa quando você tem que definir sua etnia numa prova de vestibular. Já que não faz diferença alguma isto, as suas respostas e seus esforços que dirão se você merece ou não um cargo naquela instituição de ensino. Claro que sou ciente das dificuldade que negros passaram e passam até hoje, porém se você para colocar desta forma, o que deveria ser definido nestas avaliações é a classe social e não a cor da pele.

Sou contra certos tipos de revoluções anti-preconceito que perdem o foco quando colocam pessoas seminuas em passeatas mostrando que aquilo é um estilo de vida. Nunca considerei aquilo um estilo de vida gay e sim uma festa (balada ou qualquer derivado destes nomes), que está bem distante do que realmente é ser Homossexual. Não se percam na ideia de ser gay e apenas isso. Sua orientação sexual esta ligada ao fato de com quem você quer construir uma vida e uma família. Estilo de vida está ligado ao o que você é como pessoa. Não confunda isto.

Acho muito bonito o quanto mulheres conquistaram seu espaço com o passar dos anos. No emprego, na escola, na família entre várias outras coisas. O machismo ainda é grande e também sou contra, mas existem certos tipos de mulheres que pensam que levantar uma bandeira feminista é o mesmo que agir feito um "canalha, que não se importa com ninguém". Vocês devem conquistar seu espaço, sem esquecer quem realmente são.

Estou aqui hoje pela bandeira de direitos iguais a seres humanos. Onde hoje em dia eu me consideraria mais feliz sendo um animal irracional a ter que ser comparado a estes. O fato de racionalizarem fez com que criassem um mundo absurdo com leis para os fracos e outros tipos de leis para os fortes. Pedem por direitos iguais em um mundo em que todos se consideram diferentes. Antes de qualquer coisa sou humano, minhas palavras são por regras humanas de educação, minha personalidade é minha regra.

Negros têm de ser tratados com respeito, assim como amarelos, pardos ou brancos.
Gays merecem todo o respeito, mas sejam o primeiro a se respeitarem.
Mulheres muito respeito, mas não haja como homens imaturos para conquista-lo.

Respeite a si mesmo como é. Que os outros te respeitarão como realmente tem de ser.

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domingo, 21 de abril de 2013

Fragmentos do Diário de um Xeque-mate

Para acompanhar leia antes: Fragmentos do Diário de uma Beleza

Dia chuvoso, frio com gotas de água que congelam a alma. Mas o gosto doce da água da chuva está um pouco salgado devido as lágrimas que escorrem daqueles olhos. Ele poderia ter dito algo a mais, feito algo a mais, porém seria falho. Um desgaste para os dois, ele a amava, ela o amava, e está não é a dúvida levantada aqui. Os dias que antes eram grandes novidades, agora se tornaram monótonos. Mas hoje, em meio a este frio com gosto doce e salgado na boca, ele deixava seus sentimentos gritarem.

O cérebro é aquele cara que nunca assume. Aquele que diz não quando na verdade é sim, diz que o melhor a se fazer é sempre desistir, nenhum sofrimento vale a pena, por menor que ele seja. É também aquele que da pancada na sua cabeça deixando claro o que é realmente importante nisso tudo, mostra as visões racionais e concretas do que deve ou não ser feito. Diria que num jogo de xadrez o cérebro é o Rei, a peça chave, que anda de uma em uma casa se precavendo de tudo que acontece ao seu redor.

O coração já é o oposto aquele cara citado acima. É aquele que grita no meio de uma festa da empresa onde todos estão civilizados e calmos, mantendo o nível social. O coração é aquele que diz sim sempre, você leu corretamente, mas vamos intensificar,  é aquele que diz SIM SEMPRE. Para ele vale a pena tentar, mesmo que machuque agora, que a areia movediça te sugue para abaixo da terra, afinal ele espera sempre por um sim. Tem mania de ver além do que está à sua frente, vislumbra momentos do passado e planos no futuro, presente é coisa daquela peça de xadrez que anda poucas casas, ele seria a Rainha neste jogo, aquela peça que vai ao ataque correndo para todos os lados, chegando longe sem pensar no que pode lhe ferir pelo caminho.

Agora façam suas apostas, numa briga real entre Rei e Rainha. O grande Rei, cauteloso, diz para aquele garoto ir com calma, um passo de cada vez, afinal precisa ser racional para resolver estes conflitos no relacionamento. Mas a Rainha do jogo não quer saber o que ele pensa, ela quer agir, quer atacar. Os conflitos se resolvem com carícias em momentos que as peças do jogo dele se uniriam ao jogo dela, não existe tempo, nem espera, é hora de resolver isto, não se deve esperar nenhum segundo.

O problema é que neste conflito existe outro tabuleiro que também espera por uma resposta. Afinal se as peças negras estavam no poder dele, as brancas estariam no poder dela. E não adiantaria bolar um brilhante plano de ataque, sendo ele um a um ou avançando todas as casas, se ela continuasse a se proteger atrás de tantos peões e torres. E vice-versa, porque no fim alguém fez algo de errado, mas a briga tornou os dois culpados destes aborrecimentos em seus olhos. 

Ele ainda corria na chuva, a direção no começo era um mistério, mas agora suas pernas o levavam a casa dela. Estranho pensar que enquanto a realeza discutia qual seria a melhor estratégia de ataque, suas tropas já se posicionavam diante de um objetivo, acabar de vez com aquela guerra. Era isto o tempo todo, encontramos um ponto em comum, Rei e Rainha podem concordar com isto, eles lutam de forma diferente, mas por fim a Rainha grita por ataque enquanto o Rei só que proteger seu reino. É um jogo acirrado.

Bate a porta da garota, ela espantada com a atitude do mesmo, a roupa toda molhada, os olhos inchados. Ele tenta dizer algo, o Rei pede para informar que é o fim, a Rainha clama para que diga que é apenas o começo. A garota espera ansiosa para entender o que estava acontecendo ali. Ele ainda direciona seus olhos para o chão, sabia que se olhasse para ele a Rainha venceria a guerra. O Rei então ordenou que o reino se mantivesse cego diante aquela arma do inimigo.

Porém é nestas horas que tudo entra em conflito, ele sente o cheiro da garota ao se aproximar, enquanto é molhada pela água da chuva. Segura sua mão, enquanto seus olhos se direcionam aos dela, Linda, era tudo o que podia pensar. Rei e Rainha agora se abraçam e num sussurro profundo concordam em uma última questão. Uma em uma casa, pulando todas de uma vez, nada importa se no fim não pudermos ouvir o tal do Xeque-mate. As peças brancas e negras foram retiradas do jogo.

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Carpe Diem: As Ondas

Para acompanhar leia: Mais que amigos

Os dias passavam corridos agora, a segunda se transformava em terça em questão de minutos, assim como o mês voava a caminho do próximo. Miguel corria com todo o tipo de trabalho que tinha que fazer naquela empresa, se enroscava em meio aos seus estudos, tentando inventar um intervalo durante as aulas para conseguir conversar com Claire. Steve continuava lá onde o tinha deixado, em sua casa com alguns videogames, cervejas e a noite que passaram juntos. Era difícil falar sobre este assunto.


Uma noite de uma sexta-feira qualquer. O garoto em frente ao espelho, ainda enrolado em sua toalha, agora coloca um pequeno cordão prateado no pescoço, estava há algum tempo ali, parado, pensando em tantas coisas que não poderia definir uma ao certo. Esta noite sairia com Claire, uma noite pela qual ele esperou há muito tempo, porém algo estava errado. Um garoto que ele conheceu ali mesmo, quando foi morar com seu Tio, estava dominando seus pensamentos. Fazendo as memórias gritarem ao seu ouvido, mostrando cada detalhe da noite com Steve. Por vezes se perguntava o que havia acontecido, porque se permitira a tal coisa, mas a verdade é que se sentia atraído pelo amigo desde que o conhecera, por mais insano e irracional que fosse o pensamento, ele ainda o desejava.

Seu celular está sobre a cama, Miguel procura por uma camisa nova que comprou para usar esta noite. Neste momento, enquanto corre para se arrumar e estar perfeito para a garota, que seu celular toca. Seu coração parece explodir com a ideia de quem poderia ser, por um segundo fica olhando para a parede, sem reação alguma, até que toma coragem e encara a tela do aparelho. Claire já o aguardava no portão de seu prédio, "ufa", foi a única coisa que passou por sua cabeça. Não pensar no amigo já era difícil sem vê-lo ou conversar com o mesmo, se este o estivesse ligando Miguel não saberia o que fazer. Então para não ocorrer o mesmo problema, deixou o celular em sua casa e partiu para encontrar a garota.

As horas pareciam voar enquanto conversava com a garota. Claire era mesmo um tipo incrível de mulher. Era linda sim, aquele tipo de beleza que faz com que pessoas queiram enxergar mesmo quando não possuem este sentido. Era uma beleza gritante, mais do que seus traços bem delineados ou seus longos cabelos negros pudessem oferecer, sua voz tinha uma suavidade, uma calma que saía como uma canção doce. Miguel se via preso a cada detalhe daquela garota, seu jeito de falar, o modo como olhava em seus olhos. Era uma garota sensual mesmo quando contava uma piada sobre si mesma e ria desajeitada. Poderia me perder aqui descrevendo as qualidades daquela sereia que resolveu deixar o mar e andar sobre duas pernas, mas o que impressionava Miguel era os seus olhos, pequenos, azuis com um céu limpo, porém estes escondiam alguns segredos que o garoto adoraria descobrir.

No caminho para a casa, antes que pudessem perceber, desviram os passos para a areia da praia. Claire tinha mesmo uma forte ligação com o mar, costumava dizer que o sentia como parte de seu corpo, quando estava calma sentia as ondas beijando-a e deslizando por cada centímetro de sua pele, porém em um dia nublado e tempestuoso, sentia as águas explodirem contra seu peito, gritando para sair e derramar-se para além da areia. Miguel agora, ao ver a garota descalça caminhando em direção ao mar, entendeu que existia, realmente, uma forte ligação. Porém sua atenção foi desviada para o fato de ela estar vestindo agora apenas as peças íntimas de suas roupas, olhando-o e indicando para que fizesse o mesmo, afinal nadariam ali naquela noite.

Existem momentos que por mais que expliquemos ninguém nunca os compreenderão. Aqueles que precisam ser sentidos para não serem julgados como certo ou errado, afinal julgamentos são coisas superficiais demais para quem vive a sua história sem medo. Claire não conhecia este termo, Miguel se esqueceu do mesmo já há algum tempo. O mar hoje estava calmo, as ondas dançavam suavemente enquanto aqueles dois   mergulhavam naquelas águas frias e salgadas. O garoto olha nos olhos da garota, Claire tenta se desviar, surge com uma pequena piada que deixa claro a timidez do momento, Miguel sabe o que fazer. Sua mão desliza no rosto de Claire enquanto a outra se enrosca em seu cabelo. Ela estava entregue, ele a guiaria e nesta noite, onde as estrelas e o mar os olhavam, eles se amariam no ritmo daquelas ondas.

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Um brinde para nunca crescermos

Sempre que eu vejo aquela gente grande correndo de um lado para o outro, me pergunto se isto acontecerá comigo, então percebo que já aconteceu, porém continuei a brincar de ser criança. Sentir e viver como se o mundo fosse um enorme castelo, habitado por dragões e monstros que querem me pegar, onde tenho que erguer a minha espada e lutar com todos eles. As vezes a fantasia nos faz falta.



1, 2, 3... terminando a contagem ele descobriria os olhos e sairia em busca de cada um deles. Claro que estariam escondidos atrás de qualquer carro estacionado na rua, ou então atrás de alguma árvore que os protegessem contra os os olhos de seu amigo. Havia sempre um lugar estratégico, aquele que ninguém  encontraria, ou então um que fosse fácil de se encontrar, mas no susto não deixaria que te pegassem, atingindo o limite antes do "procurador" e continuando salvo para a próxima rodada.

Um grande castelo se ergue em meio aquele reino. As torres podem ser vistas a quilômetros de distância, é rodeado por lavas, onde habitam enormes dragões. Estes querem destruir os muros e entrar na sua cidade, mas você é um Rei, mais do que isso, você é o protetor daquelas pessoas. Erguendo sua espada enfrenta os dragões, eles soltam gritos estridentes, seguido deles, enormes bolas de fogo vêm em direção ao castelo. Você poderia protegê-lo, mas hoje o chão de lava se tornou apenas o piso abaixo do sofá, as torres se encontram no chão em forma de almofadas.

- Eu preciso me proteger.
Foi o que disse quando se encontrou naquela escuridão, por mais que estivesse com o grande Urso Guardião de Pelúcia, ainda tinha medo daquilo que habitava o submundo abaixo de sua cama. Algo com garras poderia estar ali, uma enorme mandíbula, talvez se rastejasse, talvez corresse mais veloz que um guepardo. Tudo o que pensava era que não poderia se proteger sozinho. Mas ela estava la. O beijo da Grande Matriarca, fez com que um escudo se formasse sobre o herói, deixando o mundo obscuro de lado. Porém agora ela está distante, e nem o seu guardião está do seu lado. O Submundo mudou de lugar, e as criaturas que habitam la fora são piores que as antigas, elas são reais. 

Os cavalos mais poderosos se encontravam nesta corrida, mas o dele era o grande Trovão Negro. Seus adversários poderiam tentar alcança-lo, mas ele sempre venceria, ganharia o grande prêmio, melhor do que isso, ganharia a atenção da linda donzela que o aguardava no fim deste torneio. A mais bela de todas, filha do grande capitão, encantava a todos os cavaleiros com sua beleza, mas será dele, porque é por ele que o coração dela bate, o amor verdadeiro venceria sempre. Porém agora o grande torneio terminou, as donzelas agora ignoram o grande vencedor, Trovão Negro foi substituído por uma máquina de rodas mais potente e veloz.

Um velhinho entrará em sua chaminé, roubará alguns biscoitos, mas oferecerá um lindo brinquedo em troca. Ele queria passar a noite acordado, queria vê-lo, queria correr e contar a todos que o bom velhinho esteve em sua casa, que o deixou voar em seu trenó. O sono o consumiu e quando acordou estava apenas sozinho mais uma vez em sua casa, os moveis desorganizados e os presentes amassados. Feliz Natal bom velhinho.

Era um enorme navio, suas velas se formavam em cores verdes, contrastadas pelo desenho de uma enorme caveira em sua bandeira. Toda a tripulação o respeita, é o mais temido de todos os mares, sua barba alcança o chão em cores azuis. Sua perna esquerda foi substituída por um pedaço de pau, enquanto em seu ombro uma ave de cores engraçadas sussurra coisas em seu ouvido. Mas tudo acabou quando o horário de se enxugar e sair do banho chegou.

Fadas, Monstros, Duendes, Castelos, Mapa de Tesouros, Cavalos, Bom Velhinho, Sonhos, Crenças, Histórias... Misturei todos em um copo e tomei, mas antes de engolir os mastiguei, estraçalhando-os em mil partes. Hoje vivem dentro de mim num lugar que chamei de "Memória". A vida passou, o tempo mudou, os dragões agora têm outra forma, os mares que navegamos são de águas turbulentas. O bom velhinho não veio mais me visitar. Mas no fim, ainda consigo acreditar.

Já brindei à vida, vivenciei a juventude, batalhei como um adulto, mas sempre amei como uma criança. O mundo pode mudar, todos pararam de ver, mas eu ainda conseguirei enxergar. Os drinks agora têm gosto amargo, mas ainda posso brindar e de todos os brindes que eu fizer, o mais feliz será aquele que nunca me deixará crescer.


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