segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Bola de Demolição

Ele nunca fora um grande homem, mas ela era uma arma que precisava ser usada. Não souberam ao certo como que essa coisa toda se encaixaria, ele sabia apenas que existia um gatilho, então o puxou.


As correntes foram postas em volta daquele pescoço, ela sentiu espremer, mas não pediu para que se afrouxasse. Gostava de toda aquela sensação, aquele risco que poderia oferecer a pouca saída de ar de seu pulmão. Nunca se sabe ao certo como é ser a bala de um canhão, mas a explosão acaba sendo o grande momento que esta aguarda. 

As paredes são fracas demais para aguentarem toda aquela batida. O gatilho foi puxado, todos já sabiam disso, quando nos olhos dela viram a silhueta daquele que o puxou, desenhada. Ela dança sobre a imagem de seu assassino, se espreme entre as entranhas de sua carne, enquanto sente seu corpo estilhaçar todo aquele concreto para onde foi atirada.

O grande problema, é que aquelas paredes parecem se fortalecer a medida que ela corre em sua direção, aos poucos a grande bala de aço começa a se desfazer, enquanto a garota percebe que Ele não deixará nada adentrar o seu peito.

"Eu vim como uma bola de demolição"
Foi o que ela disse a ele quando este lhe perguntou o porque de todo aquele sofrimento. Mesmo se quisesse, nunca entenderia todo o problema encontrado aqui. Afinal ele está tão alto neste céu, que pressionar o gatilho em sua direção jamais o alcançaria. Ela tenta, mas as paredes ainda o cercam.

Sente sua pele amassar, a velocidade parece diminuir, conforme os muros evitam ser derrubados. Ele soubera desde o inicio como iniciar essa demolição, mas voou para um lado que não pudesse ser atingido. Enquanto ela, aos poucos perde a sua força, logo caíra, então alguém se perguntará o que é aquela enorme bala de prata acorrentada em algo que ele nem entende bem o que é.

Ele nunca fora um grande homem, e ela era apenas uma arma engatilhada que foi atirada contra um muro que a desfez. Transformando cada um de seus sentimentos em mentiras que acreditou, e verdades que viveu sozinha.

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