quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Eu, eu mesmo e, talvez, você


Primeiramente, sou moleque.
Não pense que sou imaturo e não tenho responsabilidades, na verdade tenho muitas. Mas eu sou assim. No meu jeito de falar sobre coisas, na maneira como ando e sonho com essas histórias.

Nunca desisti do amor, isso é verdade. Mas cheguei em um momento que ele não é o mais importante. Não para minha felicidade. Consegue compreender isso?

Se consegue até aqui, passemos para a segunda parte então. Mas se houver alguma careta nesse seu rosto, pare! Sou exigente demais, isso me custa caro.

O meu par perfeito:

Você precisa saber sorrir. Na verdade eu posso te ensinar como fazer, é um dos meus dons. E se ele sair fácil, é porque estamos caminhando na direção certa. Estou falando de gargalhadas mesmo, não de meias beiradas distantes e tímidas. Preciso de alguém que saiba como rir de si mesmo. Que saiba errar e fazer piada disso. Típico palhaço desempregado.

Mas tem que saber chorar também, claro. Não me venha com essa de que "homem não chora". Todos choram, não importa a intensidade ou quantidade, todos choram. E eu quero poder estar lá para te amparar. Saber se sou ou não o motivo. Se for eu, espero que você goste de pelúcia, te encherei com eles.

Gosta de filmes? Eu amo. Cinema, na minha ou na sua casa, a tarde, a noite, final de semana ou dia de semana, não me importa. Eu quero ver aquele filme que ninguém assistiu e que você acha que é ruim, mas no fim vai gostar. Porque eu vou dizer que é bom, só para você não me xingar.

Eu também gosto de sair. Mas não confunda minhas fotos sorrindo em festas, como ser o que eu amo fazer. Faço o que é possível fazer para não enlouquecer. Preciso que você me aquiete, tranquilize e que desligue todo e qualquer meio de comunicação com o mundo fora do que nós dois nos encontramos. Odeio celulares.

Não me peça para te amar um pouco menos, isso não faz parte de mim. Se eu gostar, é pra valer. E aí de você se voar mais baixo do que eu. Largo suas asas e pouso em qualquer galho que não seja próximo de você. Porque eu quero o mesmo que você, mas preciso que seja intenso, que seja mais mágico.

Sim, talvez tenha algum apelido só seu. Gostaria que fizesse o mesmo por mim. É brega e não combina, mas é disso que meu romantismo é feito. De uma porção de coisas que deixam o rosto vermelho, os olhos brilhando e abraços apertados.

Mais uma coisa. Eu não estou pronto para amar. Saiba ser paciente, leve-me para ver um por do sol ou qualquer coisa que me faça acreditar. Não tiro a minha culpa disso, mas a casca está grossa e o caroço protegido demais para deixar qualquer um pegar.

E que fique claro: Eu não vou te procurar.

Não é nenhum tipo de orgulho, nem mesmo ruindade. Só estou deixando claro a minha desistência. Sem me sentir fraco, nem covarde. Apenas, cansado.

Então é isso, se acaso quiser me encontrar, estou aqui. Basta segurar minha mão e não desistir.

Marcadores: ,

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Cartas de Amor

Sabe o que são cartas de amor?

São pequenos fragmentos de algo que queríamos que o outro sentisse enquanto transformamos o que sentimos em palavras. É como a melodia encontrar a letra de uma bela canção, só que está canção só toca numa estação sintonizada para o destinatário.



Cartas de amor são poesias impressas de forma informal. São filmes feitos para somente um espectador. Diria que é o por do sol desenhado numa folha de papel, com cores tão vibrantes que faz quem vê querer proteger o olho.

Cartas de amor são palavras de um poeta que só se descobriu quando se apaixonou por alguém de verdade. Não que todos precisem ser românticos, mas o amor faz isso com as pessoas e elas se tornam idiotas ao pontos de serem isso e muito mais.

Eu não saberia escrever uma carta de amor, nem no meu melhor dia de apaixonado. Não hoje em dia, com todo esse medo impregnado em mim e toda essa covardia gritando no meu peito. Exigiria muito da minha coragem dizer a minha intensidade numa folha de papel. Não saberia definir o que é cada coisa nem onde elas começariam e terminariam.

Talvez essa seja a grande questão do amor, os pontos e vírgulas em lugares certos e reticências quando fosse necessário suspirar. Talvez algumas exclamações no meio da jogada, mas nunca interrogação, em momento algum.

Acho que cartas de amor deveriam ser o brilho no olhar quando o outro chega depois de tanto tempo longe. Ou aquele sorriso tímido que surge quando este mesmo diz o seu nome de forma engraçada, do jeito que ninguém fala.

Você sabe o que é uma carta de amor? 

Eu não sei nem escrever cartas, quisera eu ser honrado de saber o que é amor.

Marcadores: ,

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Como Animais

Diga-me o que você sabe sobre amor, que eu prometo te devorar lentamente para que possamos acreditar em suas palavras. Hoje vamos brincar de gato e rato. E adivinha quem vai ter que fugir e se esconder. Adivinha quem vai se arrastar e tentar se manter viva enquanto é caçada. Mas continue, fale-me sobre paixões, diga algo sobre ser feliz num pôr do sol, que eu prometo escutar cada um de seus sussurros enquanto você ainda conseguir pronuncia-los.



Ela sempre fora desse jeito. Uma pequena presa que insiste em se esconder de seu predador. Como se ele não conhecesse aquele cheiro, não soubesse de onde vem aquela onda de calor quando caminha em sua direção. É como se ela acreditasse que dá para fugir, e ele deixasse ela crer nisso. Afinal o som de seu peito, batendo e pulsando mais forte, em meio a esta fuga, deixa tudo ainda mais gostoso.



E ela insiste, não uma ou duas vezes, muito mais do que eu poderia contar. Insiste em procurar outro peixes nesse mar, mesmo sabendo que só um te satisfará. Mesmo tendo a plena consciência que a droga que quer consumir não está ali, mas usa qualquer outra na esperança de conseguir voar alto com ela. Patética! Você só se entorpecerá por completo nas mãos dele, em meio a nicotina daquela pele e o cheiro daquela cocaína que ele emana a cada suspiro que faz ela criar.

Verdade seja dita: Eles não passam de animais.

Selvagens, burros e sem um pingo de juízo sobre tudo isso. Um enorme gato, caçando um pequeno rato. Sem nenhum tipo de armadilha ou truque. Apenas usando dos seus instintos mais primitivos e do pulsar de seus sentimentos a cada passo que se aproxima do alvo. Ele deseja devorar toda aquela carne, ela insiste que pode respirar e viver se escondendo.

Ele até tentaria deixa-la, se não soubesse que isso era perda de tempo. Estava tão faminto por ela, que nenhum outro alimento o faria esquecer isso. Poderia apenas mentir, dizer para seu estomago que aquela outra presa era mais gostosa que essa. Que a outra sabia rebolar melhor no passo dessa música, fazia aquele que ela não sabia terminar e ainda tinha a pose final que ela nunca criou. Mas grande merda essa de passos perfeitos. Ele queria comê-la viva, devorá-la pele por pele, e não importava que qualquer outra presa parecesse mais gostosa que ela (pois elas não pareceriam).

Ela corre. Mas sabe muito bem que queria estar entre as garras dele. Passa a mão sobre suas cicatrizes e se lembra de como aquele corte doeu, mas fora tão gostoso. Ele podia comê-la sem pensar duas vezes, agora não mais brincaria com a comida. Queria acabar logo com ela. E ela, bem, ela apenas queria ser devorada, mas morria de medo de sentir essa dor novamente.

Hoje eles brincaram de gato e rato. E adivinha quem era a presa, aquela que insistia em fugir. Eram como inimigos, mas se davam bem juntos. Ele a devoraria viva, todos os dias e todas as noites que os procedessem. Ela se rasgaria toda para satisfazer o gosto de seu predador. Mas a fuga deixa tudo tão mais emocionante, é como se o sangue que bomba aquela adrenalina e pulsa forte por causa do medo, ficasse ainda mais saboroso.

Eles não passam de animais.

Selvagens, burros e sem um pingo de juízo sobre tudo isso.

Ele a encurralou, e ela se rendeu ao gosto da derrota.
Ela disse tudo o que sabia sobre o amor, enquanto ele a devorava lentamente. Suspirou e explicou sobre paixões, enquanto ele arrancava suspiros entre suas palavras. Mas suas esperanças se perderam, então tentou mentir, negar que aquilo era seu prazer. Mas não havia como mentir, uma besta vivia ali dentro.

Eles eram como animais, e ele seria seu predador essa noite.

Marcadores: ,