segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ser Gostoso

Eu não tenho o peito forte,
O meu bom humor levanta alguns quilos
E se hoje for meu dia de sorte,
Com ele eu ganho um sorriso.


Ninguém olha em meu olho,
As vezes passo desapercebido.
Sou um cara nada gostoso
Bebendo cerveja com um amigo.
Faço piada, às vezes, sou meticuloso
Outras vezes não me dão ouvidos.
Mas calma, esse é meu jogo.
O que é isso? Um sorriso?

Eu não pareço aquele cara,
Nem de revista sou modelo.
O meu jogo, é com as palavras,
A minha conquista leva tempo.

Sou gostoso no meu jeito.
Meu abraço é apertado.
Eu sei que você tem um conceito
Sobre um gostoso sarado.
Mas o meu gostoso é de beijo
Nada de corpos trincados.
Ei, feche os olhos, faça um desejo.
Sou esse tipo de namorado.

Nesse papo de academia
Não consigo prestar atenção.
Aqui tem espaço pra essa barriguinha.
Esse lugar aí malha o coração?

Desculpe-me aos gostosos.
Entendo o que estão fazendo.
Cada um tem o seu gosto,
É sobre o meu que estou dizendo.
Beleza não é corpo, nem rosto
Ela é mais, vem de dentro.
O Essencial não se vê com o olho.
Gostoso mesmo, é o momento.

Imagem: Pinterest

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sábado, 29 de agosto de 2015

Vlog: Gostar de Alguém


Passamos muito tempo decidindo o que deve ou não dever ser a definição de gostar de alguém, aí quando percebemos que estamos pensando demais, já é tarde. Mas o que é esse tal gostar de alguém? O que é importante afinal?

Acompanhe o nosso Vlog, Toda terça-feira tem vídeo novo para vocês.
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Youtube: Na Dúvida, Sorria


Poema: O Amor

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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sua Van vai demorar


História de Larissa Stefanelli

– Alguém espera a Van comigo? – Ninguém responde, droga! – Ah, tudo bem, eu vou embora de ônibus mesmo. Não estou com paciência alguma.

Claro, típico dia ruim, noite em que a aula termina mais cedo. Será que essa faculdade não compreende que moro em outra cidade? Que não tenho tempo pra perder na minha vida? Esse lugar, assim como as pessoas, acham que tudo está fácil aqui. Que essa garota que se mata em casa, luta no emprego e se irrita por querer as melhores notas na faculdade, não tem problemas. Deixe-me lhes dizer uma coisa: A MINHA VIDA É UM ENORME PROBLEMA!

– Vamos embora!

Meu amigo gay é engraçado. Não pelo fato de ele ser gay, mas por ele falar todas as coisas que eu nem pensei e já estava na ponta da língua. Aliás, algumas eu pensei, como por exemplo:

“Olha esse garoto de cabelo bagunçado.”

Eu já havia olhado, e notado a forma tímida como ele andava. Mas eu nunca dizia nada, não tinha tempo para essa coisa com garotos. Sempre que um deles aparecia em minha vida, logo vinha um alerta junto: “AFASTE-SE, ele vai te fazer chorar”. Então apertamos o passo e passamos o garoto juntos, até que meu amigo se despediu e eu continuei indo em direção à rodoviária, onde pegaria meu ônibus para casa.

– Ei, garota, você sabe onde as pessoas estão indo para beber?

Quem? Eu? Era comigo que ele falava?

Eu queria responder como uma garota normal responderia, mas claro, eu gaguejo, perco-me no que digo e sou melhor apenas apontando do que dizendo. Ele ri. Eu, bem, estava recolhendo meu rosto que caiu no chão. Por que sou assim tão desajeitada?

Para minha surpresa, a conversa não acabou ali, logo estávamos falando sobre outros assuntos. Eu, assumidamente futura publicitária tímida e ele o engenheiro que queria beber algumas cervejas com o pessoal. Sentado ao meu lado, dentro do ônibus, ele tornava todos os assuntos muito mais fáceis de serem discutidos. Ele e aquele cabelo desorganizado. E acreditem, ali, naquele momento, eu tinha certeza que tinha arrumado um enorme problema. E ele, bem, continuava sorrindo.


Três dias, muitas conversas, o primeiro filme juntos no cinema. Olhos nos olhos, até que se fechassem e então foi tudo sobre os lábios dele tocando os meus. Caramba, eu estava completamente apaixonada por esse cara. E eu tinha certeza que tudo daria errado, por mais que ele me contasse suas dores, as minhas sempre pareciam maiores. Eu já chorei tanto por gostar demais, doei-me tanto, e agora, quem eu era?

Eu era uma cilada, planejada nos detalhes, isso era o que ele sempre afirmava. Estava conhecendo os pais dele poucos dias depois. Após isso ele estava entre minha família. Caramba, eu só queria pegar um ônibus e acabar com aquele dia ruim. Ninguém me avisou sobre nada, eu poderia ter escolhido uma roupa melhor, prendido meu cabelo de outra forma. Ele, bem, eu gostaria que ele continuasse sempre com esse cabelo tão bagunçado e tão dele, cara eu estava muito ferrada.


Então ele veio, com aquele sorriso bobo, e aquele olhar de quem diz: “Sim, você está muito ferrada!”. Puxou-me para perto e começou com aquilo. Nunca esperei que o momento de dor ao lado desse cara fosse assim, ele tinha tudo para ser perfeito, mas é obvio que teria que me fazer perder a cabeça. E fez, durante muitos minutos, enquanto me fazia cócegas e eu nem conseguia respirar. Ele ria de mim, eu queria xingá-lo, socar aquele menino, bagunçar mais aquele cabelo. E ELE RIA. Droga!

– Eu te amo!

O que você está dizendo, garota? Estúpida, como deixa uma coisa dessa escapar?

Ele, agora sério. Pede para que eu repita. Mas o tal “amo” torna-se “adoro”. Ele sabe que estou mentindo, sabe porque olha em meus olhos. Assim como no primeiro dia ele sabia tudo sobre mim e meus medos. Eu era a garota dele, e sempre seria. Ele fez tudo o que eu não esperaria de alguém, e então o que era uma frase que escapou de minha boca, tornou-se o estopim para ele colocar em palavras tudo o que estava sentindo. E, sim, eu era uma cilada. Ele havia caído, e não sairia mais dali.


Eu só queria ter tido um dia normal, que nada de ruim acontecesse. Não queria esperar nada sozinha, queria minha casa e ir embora dali. O Amor se jogou na minha frente, eu tropecei, ele segurou minha mão. Ele, com todas as suas dores, sorriu para mim. Eu, com todas as minha dores, desajeitada, apontei uma direção. Ele era meu, eu era dele. Droga, nós sempre estivemos tão ferrados!


– Alguém espera a Van comigo?

Silêncio, ninguém responde. Meu celular toca, uma mensagem.

“Ei, daqui há alguns meses vamos nos casar. E eu te amo por isso.
Estou indo te buscar, ainda é cedo, sua van vai demorar.”


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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Calmaria

Quanta gente espera o tempo que for preciso, até que um certo alguém decida que a felicidade é estar ao seu lado. Isso é uma grande besteira. O amor não pede tempo, nem fica naquela de “mas”. Ele vem e cura tudo, acalma tudo e deixa as águas mais calmas, mesmo tendo existido uma tempestade no dia anterior.


Eu, que nada sei sobre o amor, sei que ele é preguiçoso. Ele gosta de se deitar entre duas pessoas e ali ficar. Você pode achar que em alguma hora ele vai querer levantar e ir embora, grande engano o seu. Ele não tem pressa, ele é paciente e gosta de se manter deitado ali. Entre dois pares de olhos e mais nada. É como se existisse uma rede preguiçosa, e ele a pendura cuidadosamente em cada um desses pares.

Eu pediria por sua volta. Claro que é estranho exigir que algo permaneça com uma rede pendurada em seus olhos, e na de outrem. Mas sejamos francos, todo mundo precisa, ao menos um pouco, de uma dose desse preguiçoso sem tamanho. Porém, você já se foi, e eu não teria onde pendurar o outro lado dessa rede.

O carinho é parte do que ele oferece. A preocupação é como se fosse a movimentação que ele faz enquanto dorme. Vira para um lado, volta para o outro, até encontrar uma posição que esteja perfeita e não o incomode mais. Ele gosta de dormir de bruços, agarrado com dois travesseiros e sem luz nenhuma acesa. É por isso que precisamos de olhos fechados num beijo, porque essa é a hora que ele começa a sonhar.

No sonho, o amor idealiza, ele faz tudo acontecer. A coisa com os sinos tocando e fogos de artificio, isso tudo é a mais pura verdade. Sonhada e reinventada todos os dias, a cada beijo, a cada sonho desse preguiçoso. Ele deseja a vida ao lado desse certo alguém, deseja as dores de cabeça, as manhãs com café na cama, os abraços no fim da tarde, a toalha molhada em cima da cama. Ele deseja o sim, o “felizes para sempre”, ele sonha muito.

E eu pediria por sua volta, mesmo você já tendo ido embora. Não por mim, mas por esse meu amigo que insiste que precisa de outro alguém para poder descansar. Eu diria que esqueci todos os problemas e brigas, diria que não me importo com você falando no meio do meu programa favorito, nem ligaria de você esperar que eu me levantasse para poder fazer o café da manhã. Juro, eu não me importaria com nada disso, se isso pudesse pôr o meu amigo de volta em seu sono calmo.

Mas o meu amor acordou, faz algum tempo que isso aconteceu. Agora ele está desperto, olhou as cores do dia e ali ficou. Meu amor estendeu uma rede, dessa vez não-preguiçosa, diante de meus olhos e percebeu o quão lindo é sonhar com estes abertos. Meu amor despertou, e agora não quer mais voltar pra cama.

Aquele amor de sono calmo, não vai mais dormir. Ele tem medo do tempo passar e ele perceber que ficou de olhos fechados em cada segundo do que era a sua vida. Meus amores morreram por sedentarismo, por preguiça de prestar mais atenção ao que era e o que não era seguro para pendurar as suas redes. Meus amores, simplesmente, caíram porque não quiseram levantar mais cedo num dia de chuva.

E eu pediria sim por sua volta. Uma, duas, três ou quatro vezes. Porém em todas elas eu estaria alimentando algo que nada tem a ver com o amor que existiu entre nós. E sim com o meu ego de não ter percebido que estávamos acabados e que você notou isso antes de mim.


O Amor gosta de se deitar na calmaria.
E sempre fui de muita turbulência.

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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Desligue meu peito


Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Ele começou, faz algum tempo, com um barulho estranho que nunca havia ouvido.
Meu peito, está latejando, gritando nomes que eu nem me lembrava.
Acho que quebrei alguma coisa nele.
Olhei na estante, e não há nada que possa abri-lo
Está fechado, trancado por dentro.

Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Está havendo alguma festa particular lá, tenho certeza disso.
Ouço muito barulho vindo lá de dentro,
Sem contar a movimentação incessante e sem fim.
Há um monstro preso ali, e este não sabe abrir a porta.
Está Fechado, trancado por dentro.

Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Ele está fazendo lágrimas surgirem em ocasiões sem sentido.
Estou vendo um filme, e ele chora.
Vi, outro dia, um casal na rua, e meu cérebro explodiu.
Meu peito parece borbulhar, mas não quer abrir a porta.
Está Fechado, trancado por dentro.

Um sorriso, pequeno e com um brilho só dele.
Toque suave, numa pele macia.
Seus lábios eram vermelhos como uma maçã.
E ela disse, com os olhos, que continuaria ali.
Mas eu ainda estava fechado, trancado por dentro.

ALGUÉM, POR FAVOR, DESLIGUE O MEU PEITO.

Silêncio, ninguém diz mais nada. Ouça!
Há uma ausência de movimentação, e nada de barulho.
Meu peito está se acalmando,
E posso ver uma luz pela fresta da porta.
Não está mais fechado, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Ele está fazendo sorrisos surgirem em ocasiões sem sentido.
Estou vendo um filme, e ele sorri.
Vi, outro dia, um casal na rua, e meu cérebro recordou.
Minha respiração está ofegante, mas eu estou calmo.
Está aberto, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Não tem festa alguma, só muita tranquilidade.
Ouço sons distintos, que me remetem aquele sorriso.
Sem contar a movimentação que ele faz agora, quando penso nisso.
O monstro que estava ali, foi embora.
Está aberto, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Isso começou, faz algum tempo, com um brilho nos olhos que nunca havia visto.
Meu peito está latejando, gritando um nome que eu chamo todos os dias.
Acho que consertaram ele.
Olhei na estante, e só havia uma foto dela.
Agora, está aberto, abriram por dentro.


EI, POR FAVOR, NÃO DESLIGUE O MEU PEITO!

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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A Princesa e o Galinha

História de Anônima


Eu nunca fui uma garota como todas as outras garotas. Eu sempre gostei da música alta, dançar e dizer as coisas que sentia. Mas nunca fui como todas as outras. Minha família, hoje vive bem, mas um dia já passamos por alguns males, isso me fez forte, seletiva e um tanto quanto orgulhosa demais. Namoro? Bem, tive alguns, teve aquele há um ano atrás, esse que me fez esquecer um pouco que era uma garota diferente, e me colocou ali, no lugar das “garotas iguais”.

– Lá vem aquele galinha.

Não entendi o comentário dessa minha amiga. “Galinha”, claro um cara como ele, só poderia ter esse tipo de defeito. Mas ele era um “galinha” que ela já havia provado, talvez alguma outra amiga também. Sobre ele, bem, eu sabia que tivera uma ou duas namoradas, não importa. Sobre o amor, ele amou uma delas, depois disso ele nunca mais se apaixonou, e decidiu partir o coração das garotas comum que gostavam de se apaixonar por ele. Galinha, bonito, alto, e interessante demais para eu me importar.

Alguma coisa fez com que eu quisesse saber um pouco mais sobre aquele cara. O “Galinha”, era como todos os caras do lugar, mas era diferente demais para ser parecido com eles. Ele poderia beber como todos, mas quando se aproximou de mim, estava com uma garrafa de água na mão. Espera, ele se aproximou de mim, caramba!

Eu gostava da forma como ele colocava as palavras, gostava daquela música, e gostava de vê-lo sorrindo. Eu tinha toda a certeza do mundo que ele queria que eu fosse a sua “Princesa”. Que brega, Meu Deus do céu, que cara brega. Você deve pensar assim. Eu, como todas as garotas que são iguais, porém com meu toque de poesia, diria que ele só me queria assim porque sabia que isso faria a garotinha tímida que existe em mim, derrubar os muros da mulher forte que eu quis mostrar.

Eu costumava dizer que ele estava apaixonado por mim, ele ria. E então a resposta era sempre a mesma “quem está apaixonada aqui, é você”. Eu não namoraria aquele cara, nem ele namoraria essa garota. Éramos muito diferentes, e tão iguais a todos os casais. Qual era o nosso problema?

Três meses...

– Ei, amiga, vamos no churrasco na casa dos meus amigos?

Claro que sim, porque eu não iria? Eu, por mais que quisesse, não era a garota de ninguém. E sempre tomei minhas próprias decisões. E nesse momento, eu achei, estava tudo sobre controle, porque ninguém poderia enfrentar essa mulher cheia de atitude e dona do próprio nariz. Ninguém diria que eu era uma tal de “Princesa”, porque ninguém precisava saber da menina apaixonada que estava escondida ali.

Galinha, bonito, alto e interessante demais para eu me importar.

Hoje ele não estava tomando água. E também não tinha uma amiga dizendo que ele era do tipo que “não-prestava”. Mas ele insistia em ter tanto orgulho, e eu brincava da mesma forma. Ele era o Galinha que nunca se apaixonava, e eu tinha um dever: provar que todos estavam errados.

– Essa é a sua princesa da boate?

Que tipo de pergunta imbecil é essa? Por que minha amiga perguntaria isso a ele?

– Essa é exatamente a minha princesa.

Eu me calei, ele sorriu. Ele jamais assumiria nada, e nesse dia, assumiu que seria o meu namorado.

Alguns meses depois, eu me casei com o “Galinha” e ele com a sua “Princesa”. E hoje, seis anos depois, eu ainda rio com ele como se fossemos os jovens namorados e orgulhoso. Vamos, às vezes, naquela mesma boate. Minhas amigas se calaram diante do cara que demonstrou que o problema era somente se apaixonar, e eu resolvi isso em sua vida.

Eu nunca fui uma garota como todas as outras garotas. Eu sempre gostei da música alta, dançar e dizer as coisas que sentia. Ele nunca foi um cara como todos os outros caras. Ele bebia água quando queria me fazer sorrir. E ele disse que um dia namoraria com essa princesa, e esta, com os olhos marejados e o coração cheio de alegria, hoje diz a vocês: O amor vale muito a pena, sim. No meu caso, valeu o “galinha” inteiro.


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Imagem: Deviant Art

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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Recarregue, amor

Se eu chegar de mansinho, abraçar-te por trás e dizer duas ou três palavras bobas em sua orelha. Por favor, sorria. Não precisa ser uma gargalhada, e nada forçado. Apenas sinta, deixe-me fluir em ti e faça de mim o seu melhor momento. Porque é assim que eu recarrego você.

Há pessoas que cismam em dizer uma asneira quando o assunto é distribuir o seu amor. Acham que abraço no meio da rua é coisa de gente boba. Apelidos idiotas e sem sentido, nossa isso é patético demais para elas. Segurar a mão, é só uma obrigação, nada tem a ver com carinho e vontade de ter esse alguém bem próximo, mesmo estando no meio de tanta gente.

Eu gosto é de beijo molhado, abraço apertado e piada ruim no fim da tarde. Meu negócio é com as besteiras que eu vou dizer para você, sobre você e só com você. Eu não racionalizo meu amor. Ele vem assim, explodindo e esparramando tudo o que tem sobre a mesa. Ele te molha, afoga e te traz de volta. Eu não economizo nadinha dele.

Se existir um medidor e um especialista vestido de macacão cinza e batendo na porta de casa na hora do almoço. Esse diria que estou gastando muito amor. Eu concordaria. Só haveria economia se eu conseguisse arrumar um jeito de fazer um “gato” com o amor que está faltando nas pessoas, e usar dessa preguiça delas, para transformar tudo em sentimento bom em minha vida.

Aí sim eu teria uma economia. Porque não sou desse tipo, eu não digo asneira quando o assunto é distribuir o meu amor. Eu quero que você saiba, e muito bem, onde ele começa e até onde ele se estende. Se o seu sentimento é de apenas cinquenta watts, desculpe-me, mas ele vai explodir em menos de dois dias. Eu não vou lhe dar um pouquinho, sendo que posso fazer você brilhar bem mais que isso.

Eu insisto, se eu chegar de mansinho, abraçar-te por trás e dizer duas ou três palavras bobas em sua orelha. Por favor, sorria.

Eu desejo ver esse brilho intenso iluminando todos os cômodos dessa casa. Desejo que a sua luz seja tão radiante que seja preciso um óculos especial para enxergar você. Porque é esse tipo de amor que eu tenho pra ti, desses que brilham, que não economizam. Que pagam uma conta cara no fim de cada mês. Mas não estou nem aí pra isso.

Quanto ao “Gato”. Não acho que seja legal tirar um pouco do amor que cada um possa oferecer, e existem esses cara que se alimentam disso.  Eu pegaria o sentimento de preguiça, a pouca vontade e o desinteresse, tiraria isso de todos. Devoraria cada grão, e o transformaria em sentimento bom, porque é assim que sou.

Sou um gerador ligado na maior potência que possa ter. Minha energia é hidrelétrica, é eólica, é nuclear. É um tipo novo, diferente e intenso. Como eu já disse, se sua voltagem for baixa eu vou explodir você em pouco tempo. Mas se você for capaz de brilhar, eu vou alimentar cada faísca dentro de ti.

Então, se eu chegar de mansinho, abraçar-te por trás e dizer duas ou três palavras bobas em sua orelha. Por favor, sorria.

Porque é assim que eu recarrego o meu amor.

Imagem: Zazzle
Revisão e Correção: Kelly Helena

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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Sou Amor

Oi, eu sou o sorriso frouxo. Depois da piada ruim e o que procede o som da sua chegada depois de horas de espera. Sou aquele sorriso tímido, aquela gargalhada alta. Eu sou o seu sorriso, o meu, e de quem mais estiver olhando para nós dois. Sou um sorriso bobo, porque você me fez assim.

Eu sou a música. Aquela que ninguém gosta, a outra que todo mundo quer dançar. Eu sou a música que toca na manhã de um domingo frio, céu cinzento, e nossos pés entrelaçados sob o cobertor. Eu sou a música quando você toma banho e cantarola, sou a música que sussurra em seu ouvido uma besteira romântica. E também aquela música que grita na pele quando somos mais besteiras que romance.

Muito prazer, eu sou o brilho. Primeiro, eu sou o brilho desse olhar quando se encontra com o meu. Sou aquele brilho no fim do túnel dizendo “vem cá, é por aqui, corre.”. Eu sou o brilho desses dentes miúdos quando estes se tornam o primeiro cara dessa história. Eu sou o seu brilho, sendo noite ou dia, sou quem vai te iluminar.

Quase sempre, sou o beijo. Aquele quente, apaixonado, atrás do restaurante ou em cima da mesa de jantar, naquele seu antigo apartamento. Eu sou o beijo sobre sua testa no fim de uma noite, e o beijo no seu pescoço no início de uma manhã. Eu sou o beijo com língua demais, molhado demais, mordido demais. Mas também sou o beijo calmo, apenas com os lábios, tocando-se e dizendo para não tocar.

Eu sou a respiração. Ofegante, cansada e ansiosa. Sou a respiração que sai por todos os lados do corpo, mas fica travada nas narinas. Eu sou a respiração que se cansa de trabalhar diante dos olhos teus. A respiração que não funciona quando as pernas começam a tremer, e a mesma que corre aliviada quando está certa de ter você.

Eu também sou história. De dois meninos bobos com um sonho e muita coisa na cabeça. De um casal que tinha tudo pra dar errado, mas enganaram a todos e fizeram o certo. Sou a história de uma menina de óculos e um garoto nerd com livros sob o braço. Sou a história da garota popular do colégio, e o bonitão do time de futebol. Sou a história de quem viveu, e não teve medo disso.
Às vezes, eu sou o medo. Sou o que resta depois de tudo isso, e ainda continua lá. Eu sou aquele que pede pra você ficar mais um pouco, que briga com quem olha pra você. Eu sou as mãos tremendo, o peito pulsando forte, a respiração indo embora e a estagnação no lugar. Eu sou a falta de tudo, e o excesso de nada.

Também sou o sonho. Pequeno, grande, médio, não importa. Eu sou o sonho importante, e aquele que ninguém acredita. Sou o Coelho Branco perseguido pela Alice ou o cara no escritório cumprindo seu horário de serviço. Eu sou um mar azul, um céu limpo e uma onda de três metros sendo dropada por um surfista. Eu sou a casa na praia, a viagem secreta, sou o anel de noivado e a ligação no dia seguinte.

Muito prazer, eu sou o Amor. E fico muito feliz em te conhecer.

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