quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A Princesa e o Galinha

História de Anônima


Eu nunca fui uma garota como todas as outras garotas. Eu sempre gostei da música alta, dançar e dizer as coisas que sentia. Mas nunca fui como todas as outras. Minha família, hoje vive bem, mas um dia já passamos por alguns males, isso me fez forte, seletiva e um tanto quanto orgulhosa demais. Namoro? Bem, tive alguns, teve aquele há um ano atrás, esse que me fez esquecer um pouco que era uma garota diferente, e me colocou ali, no lugar das “garotas iguais”.

– Lá vem aquele galinha.

Não entendi o comentário dessa minha amiga. “Galinha”, claro um cara como ele, só poderia ter esse tipo de defeito. Mas ele era um “galinha” que ela já havia provado, talvez alguma outra amiga também. Sobre ele, bem, eu sabia que tivera uma ou duas namoradas, não importa. Sobre o amor, ele amou uma delas, depois disso ele nunca mais se apaixonou, e decidiu partir o coração das garotas comum que gostavam de se apaixonar por ele. Galinha, bonito, alto, e interessante demais para eu me importar.

Alguma coisa fez com que eu quisesse saber um pouco mais sobre aquele cara. O “Galinha”, era como todos os caras do lugar, mas era diferente demais para ser parecido com eles. Ele poderia beber como todos, mas quando se aproximou de mim, estava com uma garrafa de água na mão. Espera, ele se aproximou de mim, caramba!

Eu gostava da forma como ele colocava as palavras, gostava daquela música, e gostava de vê-lo sorrindo. Eu tinha toda a certeza do mundo que ele queria que eu fosse a sua “Princesa”. Que brega, Meu Deus do céu, que cara brega. Você deve pensar assim. Eu, como todas as garotas que são iguais, porém com meu toque de poesia, diria que ele só me queria assim porque sabia que isso faria a garotinha tímida que existe em mim, derrubar os muros da mulher forte que eu quis mostrar.

Eu costumava dizer que ele estava apaixonado por mim, ele ria. E então a resposta era sempre a mesma “quem está apaixonada aqui, é você”. Eu não namoraria aquele cara, nem ele namoraria essa garota. Éramos muito diferentes, e tão iguais a todos os casais. Qual era o nosso problema?

Três meses...

– Ei, amiga, vamos no churrasco na casa dos meus amigos?

Claro que sim, porque eu não iria? Eu, por mais que quisesse, não era a garota de ninguém. E sempre tomei minhas próprias decisões. E nesse momento, eu achei, estava tudo sobre controle, porque ninguém poderia enfrentar essa mulher cheia de atitude e dona do próprio nariz. Ninguém diria que eu era uma tal de “Princesa”, porque ninguém precisava saber da menina apaixonada que estava escondida ali.

Galinha, bonito, alto e interessante demais para eu me importar.

Hoje ele não estava tomando água. E também não tinha uma amiga dizendo que ele era do tipo que “não-prestava”. Mas ele insistia em ter tanto orgulho, e eu brincava da mesma forma. Ele era o Galinha que nunca se apaixonava, e eu tinha um dever: provar que todos estavam errados.

– Essa é a sua princesa da boate?

Que tipo de pergunta imbecil é essa? Por que minha amiga perguntaria isso a ele?

– Essa é exatamente a minha princesa.

Eu me calei, ele sorriu. Ele jamais assumiria nada, e nesse dia, assumiu que seria o meu namorado.

Alguns meses depois, eu me casei com o “Galinha” e ele com a sua “Princesa”. E hoje, seis anos depois, eu ainda rio com ele como se fossemos os jovens namorados e orgulhoso. Vamos, às vezes, naquela mesma boate. Minhas amigas se calaram diante do cara que demonstrou que o problema era somente se apaixonar, e eu resolvi isso em sua vida.

Eu nunca fui uma garota como todas as outras garotas. Eu sempre gostei da música alta, dançar e dizer as coisas que sentia. Ele nunca foi um cara como todos os outros caras. Ele bebia água quando queria me fazer sorrir. E ele disse que um dia namoraria com essa princesa, e esta, com os olhos marejados e o coração cheio de alegria, hoje diz a vocês: O amor vale muito a pena, sim. No meu caso, valeu o “galinha” inteiro.


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Imagem: Deviant Art

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