segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Desligue meu peito


Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Ele começou, faz algum tempo, com um barulho estranho que nunca havia ouvido.
Meu peito, está latejando, gritando nomes que eu nem me lembrava.
Acho que quebrei alguma coisa nele.
Olhei na estante, e não há nada que possa abri-lo
Está fechado, trancado por dentro.

Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Está havendo alguma festa particular lá, tenho certeza disso.
Ouço muito barulho vindo lá de dentro,
Sem contar a movimentação incessante e sem fim.
Há um monstro preso ali, e este não sabe abrir a porta.
Está Fechado, trancado por dentro.

Alguém, por favor, desligue o meu peito.
Ele está fazendo lágrimas surgirem em ocasiões sem sentido.
Estou vendo um filme, e ele chora.
Vi, outro dia, um casal na rua, e meu cérebro explodiu.
Meu peito parece borbulhar, mas não quer abrir a porta.
Está Fechado, trancado por dentro.

Um sorriso, pequeno e com um brilho só dele.
Toque suave, numa pele macia.
Seus lábios eram vermelhos como uma maçã.
E ela disse, com os olhos, que continuaria ali.
Mas eu ainda estava fechado, trancado por dentro.

ALGUÉM, POR FAVOR, DESLIGUE O MEU PEITO.

Silêncio, ninguém diz mais nada. Ouça!
Há uma ausência de movimentação, e nada de barulho.
Meu peito está se acalmando,
E posso ver uma luz pela fresta da porta.
Não está mais fechado, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Ele está fazendo sorrisos surgirem em ocasiões sem sentido.
Estou vendo um filme, e ele sorri.
Vi, outro dia, um casal na rua, e meu cérebro recordou.
Minha respiração está ofegante, mas eu estou calmo.
Está aberto, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Não tem festa alguma, só muita tranquilidade.
Ouço sons distintos, que me remetem aquele sorriso.
Sem contar a movimentação que ele faz agora, quando penso nisso.
O monstro que estava ali, foi embora.
Está aberto, abriram por dentro.

Alguém, por favor, diz-me o que está havendo.
Isso começou, faz algum tempo, com um brilho nos olhos que nunca havia visto.
Meu peito está latejando, gritando um nome que eu chamo todos os dias.
Acho que consertaram ele.
Olhei na estante, e só havia uma foto dela.
Agora, está aberto, abriram por dentro.


EI, POR FAVOR, NÃO DESLIGUE O MEU PEITO!

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