quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Quantos amores você precisa?


Quando somos mais novos, mais precisamente na adolescência, passamos a olhar para as pessoas com outros olhos. Muito amigos passam a serem mais do que isso nessa época, e aí que toda a história começa.

Ah, o primeiro amor! Já notou como ele é voraz e avassalador? Ele vai queimando tudo e não se importa com nada na frente. Só quer ser mais e mais quente, esbarrando e empurrando qualquer um que entre na frente. O amor adolescente é como uma cachoeira, caindo e caindo, sempre águas em movimento e turbulência, não afoga ninguém, mas molha o corpo todo.

Nesse que vem aquela vontade de fugir de casa, entregar-se de corpo e alma. Vem a vontade de não se importar com mais nada e até arriscar uma vida na praia sem emprego e apenas vivendo do sentimento. Até que ele acaba.

A primeira vez solteiro, depois de alguns anos namorado, essa fase se faz crucial para todos. Aqui, após a fase da adolescência, colocamos um pouco o pé no chão, enquanto viramos noite e muitas ressacas para perceber que dá pra ser feliz sozinho.

Essa fase é como um rio gelado, num dia nublado. Ela te encharca por completo, alguns mergulham de cabeça nela, e ficam se afogando lá por dias, meses e anos. As águas falam sobre um gostar e desgostar de coisas e pessoas, molham qualidades e defeitos, tanto de quem está no rio, quanto de quem grita para salvar essa pessoa. É a fase do "não é você, sou eu". Conhece essa frase? Já disse? Já ouviu? Você já tentou ser a boia de alguém, todos já tentamos.

Ser solteiro, para alguns, é como ter perdido algo, uma batalha de uma guerra. E enquanto essa pessoa se sentir uma derrotada, só vai levar tiros e mais tiros no meio deste conflito. Para outros, os mais espertos, é a fase do conhecimento, a fase de ter perdido uma batalha, mas saber que a guerra ainda está acontecendo. Alguns aprendem a nadar em rios gelados, outros ficam a se afogar cada vez mais.

Os que somente se afogam, voltam para muitas cachoeiras. Que encharcam o corpo todo, mas não tira o ar. E continuam a agir da mesma forma, querendo fugir de casa, largar tudo e ser feliz vivendo em uma praia de sentimentos. Praia, parece engraçado pensar em água Salgada depois de muitas cachoeiras e rios gelados, parece até um alivio pisar na areia. Porém essa nunca chega aos pés.

Têm aqueles que aprendem a nadar. Esses quando saem do rio, tremem, sentem muito frio. Tentam se aquecer e descobrem que o corpo pode ser capaz disso sozinho. Esfregam o peito e continuam a caminhar. Agora em mata fechada, sem rios, sem correntezas, apenas caminhos secos e muito a se pensar.

Esses, se tornam o dono do lugar. Descobrem que cachoeira que encharcam, podem lhe afogar se você tentar respirar sob ela. Vêem aventura em rio frio num dia nublado. Às vezes nadam, às vezes bóiam, outras apenas deixam se levar, só para sentir a água correr por seu corpo.

Aqui, você já aprendeu a ser a cachoeira de alguém, o rio turvo e a passagem por entre as matas. Você aprende a se afogar em águas rasas quando necessário. E que praia é gostoso num dia de verão, mas não pra passar todos os dias de sua vida. Você foge de casa, na madrugada, enfrenta chuva, frio, sol e o que mais for preciso para estar lá por este que te faz perder o ar.

Aqui você já perdeu as contas de quantos amores precisou para ser o sorriso no rosto de alguém. Quantas lágrimas deixou cair para se tornar um choro de alegria. Já não sabe mais o número de mensagens que escreveu e não enviou, menos ainda o número das que enviou.

Você perde conta de muitas coisas, de datas, de apelidos, de abraços e saudade. Você esquece de quanto viveu até estar aqui, mas o que nunca  esquece é o que viveu até chegar aqui.

Então, pense direito: Quantos amores são preciso para você estar pronto?
Porque no fim, você só vai precisar de um para fazer sentido a todos os outros.

Imagem: Quotes Gram

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