segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Namore alguém que...



Algumas pessoas têm a mania de dizer como seria o “par perfeito”, claro que isso fica muito bonito dentro de um texto, mas nós bem sabemos que nada das características que os descrevem condizem com aquele que irá tirar o seu ar em apenas um sorriso. No meio dessa dúvida, peguei-me pensando em como seria essa pessoa perfeita para namorar, então cheguei a alguma conclusões.


Namore alguém que saiba a hora de dizer não. Que diga sim muitas vezes quando você insistir, mas que corte suas asas quando você estiver longe demais de um chão firme. Alguém que diz que vai embora, e logo em seguida diz que não quer sair daqui.

Namore alguém que lhe faz sorrir. Seja de suas piadas bobas, o jeito de falar aquela palavra que você tanto adora ou a forma como sussurra coisas em seu ouvido. Namore alguém que ria quando você, todo desengonçado, tentar fazer uma dança diferente, melhor que isso, alguém que te faça rir disso também, sem deixar vergonha nenhuma entre vocês.

Namore alguém que lhe beije apaixonado. E entenda isso na melhor maneira possível. Seja esse beijo o mais doce e suave ou o mais quente e intenso. Seja um beijo de esquimó, um beijo na testa ou aquela mordida no pescoço que faz toda a parte do corpo se arrepiar. Seja esse beijo com mordida ou assoprado, seja ele rápido ou demorado. Mas que seja o beijo de vocês.

Namore alguém que não escolha uma música sobre vocês. Que faça poesia com a pedra estranha dentro daquele rio e que, às vezes, escreva uma carta com os olhos que te faça ler cada palavra emocionado e tentando não tremer. Alguém que cante uma música que não seja a história de vocês, mas que fale sobre aquele momento.

Namore alguém que pergunte onde você está, mesmo você tendo dito que estaria em casa a tarde toda. Muitas vezes a resposta que se espera não é sobre o lugar em questão, mas é sobre a saudade que sente por estar longe e a necessidade de sentir-te mais perto. Ou seja, namore com quem se preocupa em meio a essa correria do dia-a-dia.

Namore alguém que segure sua mão. E não precisa ser toda hora, em todo o lugar. Falo de acariciar e apertar os dedos entre os teus. Que durma ao teu lado, e mesmo em meio a uma noite quente, ainda procure pelo afago entre as palmas para deixar claro que continua ali para proteger o seu sono.

Namore alguém que vá embora e depois de meia hora quer saber se você está bem. Quer saber como você ficou depois de ter ido pra longe. Mesmo que tenham passado uma semana toda ao lado um do outro. Alguém que diga que sente sua falta, mesmo você sabendo disso.

Namore alguém que seja sua coragem e seu medo. Que alimente toda a sua força a respeito de enfrentar seus temores. Mas que se torne um monstro quando cogitar uma separação, uma perda, um “nunca mais”. Namore um quente e frio, um intenso maior do que esse que vive dentro do seu peito.

Namore alguém que diga o quanto você está linda(o) com essa roupa toda amassada e, logo em seguida, manda você trocar de roupa. Alguém que espera você chegar e fica admirando cada detalhe do que você levou horas para construir diante de um espelho. Alguém que veja seu corpo nu e os olhos brilhem ainda mais quando você está vestindo a melhor roupa.

Namore alguém que se apaixone todos os dias por você, melhor que isso, namore alguém que faça você se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa. Mesmo, as vezes, você sentindo vontade de gritar, de brigar e sair correndo dali. Mas seu peito diz que aquilo tudo é a melhor sensação que você já sentiu na vida.

Namore quem te ame na cama, no carro, na parede e no sofá. Alguém que faça amor com você por causa da paixão que sentem. E que transe contigo por causa do tesão que causam um no outro. Alguém que supra todas suas necessidades e que queime sua pele a todo momento com o toque.


Por fim, namore alguém que ame você.
E faça a gentileza de amar esse alguém de volta.
Afinal, nem tudo é sobre só o seu prazer, e o outro também merece ser feliz nessa história.


Imagem: YouQueen

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1 Comentários:

Às 27 de outubro de 2015 às 10:19 , Anonymous Anônimo disse...

Primeiramente peço licença, depois de bons anos sem ler o que escreve, então, permita-me entrar! Segundo, parabéns pelos escritos, estão diferentes dos de antigamente, posso dizer (eu que não sei nada de nada) que você simplesmente evoluiu e muito. Dei uma lida em outras coisas, mas quero comentar esse, porque sim!

Penso que o ser humano é o que mais cria teorias (tipo, pra tudo) e o que menos o colocam em prática, ou cria teoria errada e talvez por isso, sempre se depara com o fracasso dos sentimentos e depois vem culpar a falta de sorte para o amor, quando não o próprio amor em si, coitado, como se ele (o amor) tivesse culpa de nossas projeções, nossos anseios, angústias e buscas. Aliás, nos afastamos muito desse que é o sentimento mais nobre por delimitarmos um "relacionamento" dentro de padrões, na grande maioria das vezes estéticos, depois sendo no que o outro tem a oferecer que alimento nosso ego, aliás, parece que é isso que o ser humano busca, um massageador para o seu egocentrismo.

Bem, "namore alguém que saiba a hora de dizer não", é disso que se trata um relacionamento saudável e verdadeiro, justamente porque o outro também é um sujeito singular e tem o direito de poder fazer escolhas. "Que diga sim muitas vezes" porque depois de alguns "nãos", os "sims" a gente pode perceber o quão maduro a coisa em si se transformou. Devemos buscar pelo que fique e não pelo que é obrigado a estar. Buscar alguém que nos ofereça sorrisos e estejam preparados para nossas gargalhadas. Alguém que nos ouça, que nos deixe falar loucuras e ainda assim, permanecer do lado quando o silêncio se fizer presente; também, aprender a ouvir, saber que o outro tem suas coisas a dizer; sentir tudo sem peso.

Resumindo: quando tratarmos de sermos humanos, talvez consigamos, de algum modo, sorrir de volta pra vida e poder contemplar as coisas de modo natural e realmente gostoso. Acredito que devemos nos afastar de tudo que seja projeção enquanto ao outro e nos achegarmos naqueles que se mostram disponíveis. Uma pessoa disponível (de verdade) vai ser sempre aquela preparada (ou se preparando a cada instante) para o que o outro tem a oferecer. Devíamos estar buscando, não o par perfeito, mas sim aquele que se encaixa com a gente e faz da sua história a nossa e assim por diante. Longe do que achamos, nos aproximamos do que queremos e o que deveríamos querer é isso, um amor que possamos recordar todo tempo como a coisa mais importante daquele instante. "Afinal, nem tudo é sobre só o seu prazer, e o outro também merece ser feliz nessa história."

Mais uma vez, parabéns!

 

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