quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pulsação de um Beija Flor

E não importa o que acontecesse, no fim seria sempre o mesmo beija-flor procurando por sua flor a muito perdida. Escondida entre as matas selvagens de um floresta escura e fechada. Flor esta que esperava o doce toque de seu amado. Esperando todos os dias, até que a encontrasse...


Um dia de céu fechado, tempo nublado, aqueles que o sol tenta de todas as formas se descobrir, mas os cobertores lhe sufocam, ocultando o seu brilho e fazendo com que permaneça por traz desta nuvens. Dia este que o voo parece impossível, as asas se encharcariam e o peso das mesma o faria cair. A chuva caí la fora, enquanto a tempestade continua sendo dentro de seu peito.

Desprotegida de qualquer tempestade ela continua ali, parada e recebendo a benção dos céus. Para alguns a chuva pode ser um grande obstáculo, para outros é como o carinho suave de uma divindade que cuida e protege você. E era assim com ela, cada gota que tocasse suas pétalas teriam um gosto macio e delicado, como a de um aconchego. Mas este não era o toque que esperava, a pulsação que sentia era por outra divindade, está que ainda tinha medo de se molhar.

Existiu uma época que o pequeno Beija-Flor voava livre sobre o céu, em dias de sol víamos os brilhos de suas asas tocarem as nuvens. E neste céu que ele a viu, uma flor de cores brancas que se misturavam ao vermelho que escorria em suas pétalas, como se uma pequena parcela de tinta fosse derramada por cada uma delas. Sabia que está deveria ser a sua flor, ainda mantendo o voo desejou toca-la, foi assim que descobriu. O gosto de seu mel era tão doce.

Durante todas as estações este foi o gosto que quis sentir, o mel daquela flor branca com pequenos tons de vermelho sobre sua superfície. Voava livre no céu, enquanto aquela se mantinha sempre ali. Via como dançava contra o vento mostrando toda sua beleza para ele. Este que ainda buscava o mel de outras espécies, tentava entender porque só ela poderia oferecer aquele doce gosto ao seu paladar. E foi assim que a tempestade chegou. Enquanto deu as costas para o doce mel de sua flor, buscando melhores gostos.

Protegido contra aquela fortes gotas ele a via lá, parada e desprotegida, esperando por sua pulsação. Pequeno Beija-Flor o que teme? Qual o seu medo? Suas asas são fortes o suficiente para voar até lá, seu amor é suficiente para encontrá-la. O doce mel que produzira não é o suficiente para você? Ou ainda tem medo de abrir suas asas e voar?

Um dia de céu fechado, tempo nublado, aqueles que o sol tenta de todas as formas se descobrir, mas os cobertores lhe sufocam, ocultando o seu brilho e fazendo com que permaneça por traz desta nuvens. Neste dia escuro ele decidiu voar. Ao abrir suas asas pôde sentir cada gota tocar suas penas, e o peso do voo parecia que iria derrubá-lo, mas este não cairia, não enquanto ela o aguardasse. Ao longe aquela Flor Branca viu seu amado voar, em um céu escuro que era colorido apenas pelas penas e o alçar de voo de seu pássaro.

Ao tocar suas pétalas sentiu o sua suavidade, ela respondia a ele. Sua pulsação era cada vez mais forte e agora entendia o porquê. O doce mel que esta lhe oferecia não era comum, era o mais puro sabor de seus sentimentos que brotavam e se protegiam. As gotas que tornavam seu voo pesado, agora não era mais sentida, enquanto aquela flor desabrochasse ele continuaria no ar. Aos poucos seus movimentos tornaram-se lentos, suas asas precisavam descansar.

As pétalas envolveram todo seu corpo, enquanto esse, já cansado de lutar contra a chuva, deixou-se ali ficar. Era o último toque de sua amada, era o último voo que alçara. Sentindo o gosto pela última vez permitiu-se adormecer ante o corpo de sua preciosa Flor, esta que junto com ele deixou aquela tempestade ser a última que sentira.


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