quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Carpe Diem: Na Praia

Para acompanhar leia: Na Festa

A semana passou corrida após aquela festa. Miguel procurou encontrar a garota em alguns lugares, mas suas buscas se tornaram frustradas. Já cansado aceitou que só a encontraria quando desistisse de procurar, ocupou-se então com seu trabalho e estudos, salvos pelos passeios de skate na madrugada com Steve. Este que se mostrava cada vez mais um cara legal, com quem gostava de passar boas horas conversando e divagando sobre assuntos.


"Um dia de praia." Foi este pensamento que o fez levantar da cama e correr para o chuveiro enquanto despertava naquela manhã quente. Combinou de se encontrar com o Steve na Praia que ficava perto de sua casa, então partiu em direção a mesma.Saiu de casa vestindo uma bermuda de um pano que secasse rápido e o permitia nadar tranquilamente, uma camiseta leve e os óculos escuros, afinal o sol já gritava alto naquele céu. Nos pés um par de chinelos que seriam facilmente retirados para o banho de mar.

A praia está cheia, nota-se isto logo que chega próximo a areia. Devido ao tempo que faz e o fato de ser um sábado, muito contribuiu com isso. Caminha um pouco pela areia, agora sua camiseta está enrolada e presa a sua bermuda, enquanto segura seus chinelos para poder sentir a maciez da areia sob seus pés. Encontrou-se com Steve em frente a um pequeno quiosque, onde se sentaram e ficaram conversando sobre alguma coisa. Miguel precisava dar um mergulho naquele mar, mas seu amigo estava entretido com seu cigarro, então preferiu ali ficar.

Muitas pessoas passam em sua frente enquanto fica a admirar a fúrias daquelas águas e a forma como surfistas brincam com as pranchas sobre as ondas. Nada um pouco, tentando esquecer as aflições, afinal sua vida se baseava nisso. Até algumas semanas atrás tudo com que tinha se preocupado era em não sentir falta de Lívia, porém agora, se frustra por não saber o nome da bela garota que viu na semana anterior. Se perderia em tantos outros pensamentos, se uma prancha não voasse em sua direção, derrubando o surfista que estava ali em cima, e quase acertando o rosto de Miguel.

Saindo da água aborrecido com o fato, se pôs a caminho do surfista, que agora tinha colocado sua prancha presa a areia, ficando atrás da mesma enquanto conversava com alguém. Miguel esqueceu de sua fúria assim que viu quem era "o tal surfista". A garota de cabelos negros, encontram-se presos, o que deixa suas costas nuas, porém invisível aos olhos de Miguel, já que este se encontrava olhando para os seios que fomentavam suas fantasias, sobrepostos apenas por um pequeno biquíni. Descendo por uma cintura estreita, se molda em lindas curvas que salientam o pequeno shorts da garota.

Claire Hooper! Era só o que Miguel conseguia guardar daquele pedido de desculpas. Apenas se importaria se a prancha lhe tivesse acertado os olhos, privando-o da bela visão que a garota lhe proporcionava. Então conversaram por algum instante, agora ria do quase-acidente que acabara de ocorrer, Claire explicava que não o havia visto por isto caiu quando desviou a prancha da direção do garoto. Sentaram ali na areia, e a conversa fluía como água por uma pequena brecha em uma represa, que aos poucos estoura a barreira e faz a travessia mais fácil.

Claire era noiva de Eric - filho de um sócio de seu pai - que lhe fora prometido por esta união gerar muito conforto a família. Ainda não estava acostumada com todo aquele relacionamento, fortemente, influenciado por seus pais. Aceitou a bolsa que conseguiu em uma faculdade Australiana, fazendo que o seu casamento tivesse de ser remarcado até o fim de seus estudos. Considera-se muito nova para tal compromisso, com dezenove anos Claire mora com duas amigas que, assim como ela, querem se divertir mais um pouco antes de ingressar na vida a dois. Porém não é o que sua mãe pensa, já que a garota passava mais tempo com sua prancha em alguma praia de Vancouver no Canadá, do que pensando num futuro que ela julgara ser o correto.

O sol agora baixara, Miguel reparou quando Steve saiu da água. Sua tatuagem, uma ave em formas tribais que sobrepunha sua coxa direita até certa altura de sua cintura, reluzia conforme o sol lhe tocava, pelo menos a parte que ficava exposta fora do alcance da sua sunga. Claire aguardou pela chegada do rapaz, o cumprimentou enquanto se despedia. Steve sorriu para a garota, compreendendo quem era a hora que fitou Miguel com o sorriso estampado no rosto. Ficaram ali sentados enquanto a mesma recolhia sua prancha, disse que esperava encontra-lo novamente, brincou com o ocorrido no mar.

Steve preferiu se manter em silencio, enquanto Miguel divagava sobre a garota. A paixão é algo que acontece sem ser notada, o brilho nos olhos e o tom da voz muda de um segundo para outro. Passa-se a sentir necessidade do outro, com isso os momentos juntos se tornam grandes e valiosos. É como uma grande amizade, você age de forma boba o tempo todo, seu amigo lhe compreende e continua suas brincadeiras sem que antes tivesse combinado algo. Porém na paixão o sentimento queima, faz com que a vontade de um abraço se torne intensa, então é preciso consumir a carne, deixar-se queimar.

Steve era sua definição perfeita de amizade que queima. Claire era sua definição perfeita de paixão que age de forma boba. Sorriu para seu amigo, enquanto com os olhos acompanhou as curvas nas costas da garota, que terminava em uma pequena tatuagem com os dizeres: Carpe Diem.

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3 Comentários:

Às 31 de janeiro de 2013 às 15:10 , Blogger Kb disse...

Cada texto dessa sessão está divino. Sério. Tá bom, ler assim, pausadamente. É como o beijo de boa noite dado a quem amamos e esperamos encontrar na outra manhã! *--*

 
Às 31 de janeiro de 2013 às 15:19 , Anonymous Anônimo disse...

Muito legal..deu para imaginar cada cena e com detalhes todo o enredo. Momentos de simplicidade descritos com ricas e palavras de fácil compreensão. Ficando cada vez melhor!

 
Às 31 de janeiro de 2013 às 15:21 , Anonymous Anônimo disse...

Concordo plenamente!

 

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