segunda-feira, 4 de maio de 2015

Meu Complicado

Dê-me um daqueles beijos que tira o meu ar. Vai faz isso novamente e fica com essa cara emburrada quando eu te xingar e dizer que você está me sufocando. Se tem uma coisa sobre você que eu amo, essa se definiria em seu rosto emburrado. Não sei se você sabe muito sobre o meu amor, mas eu sei que você não sabe se zangar comigo. Nem eu com você. Fico bravo só para ter o prazer de te ver assim.

Sou do tipo que gosta de complicações. Daquelas bem chatas que te fazem dizer que “não” e dar mil voltas em um assunto que era mais simples ter dito “sim”, porque no final vamos concordar sobre ele, isso é um fato. Na minha casa ou na sua, na minha cama ou na sua, esses tipos de coisas que não importam mesmo, mas a gente gosta de brigar sobre isso.

Acabei de escolher a nossa música e, tenho toda a certeza do mundo, que você vai dizer que não tem nada a ver com nós dois. Deixa disso, você sabe que tem tudo a ver, porque se eu disser que não, você vai dizer que sim. Esse é nosso jeito de discordar concordando com tudo. Não, não importa qual música é, na verdade você discordaria de qualquer uma mesmo.

Hoje eu vou te ligar de madrugada. Claro que vou fazer isso, e quero muito te ouvir me xingando do outro lado da linha porque quer dormir e não ouvir outra piada sobre um cachorro, um padre e um político. E nem faço ideia se esta piada existe, mas faria questão de inventá-la, só para te segurar na linha por mais tempo. Irritar-te é tão bom.

Sabe, eu sinto um ciúmes tão idiota sobre você. Às vezes fico me perguntando quantas pessoas te viram sorrir durante todo esse dia. E por mais que tenha um pouco de mim entre esses sorrisos, queria saber quantos puderam brilhar os olhos no reflexo dele enquanto eu não podia estar por perto. É loucura, eu sei. Mas nossa, ser louco é quase uma dose de açúcar quando penso no quanto me apaixonei por você.

Morro de medo de nossas brigas. Sim, de todas elas. A gente é sempre tão furioso e tão perturbador. Como todo casal, temos nossos desentendimentos, mas parece que intensificamos tanto quando isso acontece.

É tão doído te ouvir dizer aquelas coisas ruins sobre nós dois, e depois perceber que concordo com elas naquele momento. É tão ruim quando eu ligo e você não quer atender, ou quando eu te abraço e você não quer sorrir. São alguns minutos ou horas, mas sempre parece um eterno que machuca demais.

Aí você vem com esses beijos que me tiram o ar. E faz isso uma vez, duas, três e continua até que eu seja um imbecil e brigue com você para conseguir ficar quieto e não dizer nada. E então vem aquele rosto emburrado que complica toda a nossa situação. Mas, como eu já te disse, as vezes finjo-me de bravo só para ter o prazer de ver esses olhinhos assim e essa boca se contorcendo para dizer algo sem falar nada.

E se a pergunta que surgisse na sua mente agora fosse “Mas você gosta de me amar assim?”.
Eu diria que não gosto de marrom, também não gosto de ir pra praia quando está muito quente. Eu me aconchegaria ao seu lado e diria que odeio filmes de terror e que não vejo jornal porque não gosto de acreditar que tudo é tão ruim quanto está passando ali.


Eu colocaria você no meu colo e diria que sim, que eu amo te amar assim.
Porque com você é tudo tão difícil e simples, e meu amor vem dessas complicações fáceis dentro de mim.


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