segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ser diferente

A busca do ser humano por se tornar alguém singular se torna contraditória quando o mesmo percebe que ser diferente não é assim tão legal. Os animais costumam tratar os seus iguais como que gostariam de ser tratados e seus desiguais o inverso disso. Então o que realmente buscamos seria ser um igual diferente aos olhos dos outros? Ou seria ser um diferente igual? Isso me faria passar horas falando a respeito do assunto, mas o que quero tratar hoje é sobre pré-conceitos.


Vamos começar com a raça. Num país como o Brasil, temos os mais diversos tipos de pessoas, entre brancos, amarelos, pretos, vermelhos, pardos e, se buscarmos bem, até azuis devemos encontrar. O Brasil é uma "aquarela racional", por assim dizer. Em um país que foi populado por pessoas tão distintas, fica estranho imaginar que o preconceito racial seja tão presente no mesmo. O negro (não usarei o termo "Preto", explicarei mais tarde) por exemplo, tem uma dificuldade maior para se estabelecer numa sociedade preconceituosa. Onde a maioria se encontra abrigados em favelas, devido a época de abolição da escravatura, muitos não tinham onde ir, nem dinheiro para comprar uma casa como as dos grandes proprietários de terras, levando-os a criar seus próprios abrigos nas periferias de cidades. Com isso a oportunidade de escolas e crescimento se torna mais inacessível que para as pessoas "bem nascidas" e moradoras de grandes centros. Educação é outra questão a se falar no Brasil, deixemos para uma próxima oportunidade. Com isso foram criado novos meios de negros ingressarem na faculdade, as tais cotas universitárias. Fui contra a principio, afinal sou branco, não sei das lutas que tiveram de enfrentar, porém hoje já consigo compreender melhor.

Falemos agora de Religião. Novamente levanto a questão sobre a forma que o Brasil foi populado. Ingleses chegam ao país que nunca tinham visto antes, encontram mulheres e homens andando pela mata com seus sexos a mostra. Não se preocuparam que ali havia uma cultura que devia ser preservada, estavam mais focados em catequizar índios, ensinando-lhes sobre a bíblia e a visão da Igreja Católica. Em razão disso, cada vez mais Índios são desrespeitados por sua cultura, tendo que viver um estilo de vida que foi imposto pelo Homem Branco. A religião, basicamente, dita quem você é aos olhos dos outros. O Evangélico é a moça de saia jeans com o cabelo maior que ela mesma; O Testemunha de Jeová é o rapaz de roupa social batendo em seu portão para lhe falar sobre a Bíblia; O Umbanda é aquele vestido de branco; O Espirita é o Chico Xavier; Por fim, o Católico são todos os outros, afinal foi a religião que trouxeram para cá. Todas as religiões que mencionei (sei que existem muitas outras) idolatram um mesmo Deus, um pai soberano que protege, ampara, aconselha e da conforto. Porém cada uma segue sua doutrina, o que as tornam, de certa forma, "rivais" em questão de fiéis que seguem o oposto do que os outros estão seguindo. Nasci em família católica, agora aprendo o que a Igreja Evangélica tem a me ensinar, no fim o Deus continua sendo o que mais amo nestes dois caminhos.

Por fim falaremos de Homossexualidade, dessa que sei melhor falar. Comecemos com o termo "Opção Sexual", fica muito complicado você explicar seus gostos quando levantam a bandeira de uma opção a ser escolhida nisto. A homossexualidade não é uma escolha, entendam isto. Claro que muitas crianças se deixam levar por influências de amizades, muitos se perdem e passam viver um estilo de vida a qual não pertence, porém ninguém escolhe gostar ou não, as pessoas simplesmente gostam. Agora em ser inato ou aprendido, isto é uma questão bem maior que meu conhecimento pode ajudar, mas tentarei.

Aprendido até certo ponto o "ser gay", alguns simplesmente se deixam influenciar por estilos de vida e dialetos dos quais não dizem nada a respeito da homossexualidade e sim a depravação desta condição. Sim, depravação. Para ser gay você não precisa usar dialetos chulos e de baixo calão com seus amigos, não precisa viver uma vida de perversão que a mídia impõe sobre os mesmos. Também vemos isso no mundo heterossexual, mas os mesmo não são cobrados, já que são o que se diz "Iguais" a todos. Claro, ou você pensa que a safadeza é exclusividade do mundo gay? Se pensar assim pode interromper a sua leitura neste instante. Abra sua mente e veja mais, o mundo é perdido por si só.

O que é Inato nesta questão?
Lembra aquele seu irmãozinho mais novo que nunca gostou de carrinhos? Preferia a companhia de amigas mulheres, a amigos homens? Já reparou como ele se torna diferente com o passar do tempo? Não é preciso viver em um meio gay para "virar gay" (outro termo que muito discordo), pessoas não escolhem está vida, não querer ser o que ninguém respeita, não querem ser diferente da igualdade que é imposta. Um gay pode muito bem conseguir uma amiga que um dia venha a virar a sua namorada, mas a atração dele por ela será relativa, fazendo com que viva uma vida triste e amargurada, reprimindo o que é para ser algo que lhe é, imposto. Aí eu digo meus amigos, neste casos concordaria com o termo "Opção Sexual", já que o individuo decidiu por, sexualmente, viver uma vida que não é dele.

O homem gay tem atitudes mais frágeis que o homem convencional, claro que sim. Seu andar e seu jeito de falar são mais leves, mais afeminados. Não é forçado, simplesmente são assim. Porém muitos não aparentam esta personalidade, agem como homens convencionais, são os chamados "gays discretos". Mas continuam a agir como qualquer outro homem, tem seus gostos, a roupa que gosta de vestir, gosta do que vê, age por instinto, entre outras coisas. A Mulher gay costuma ser mais masculinizada, tem um andar mais duro, um porte mais largo que as convencionais mulheres. Algumas são muito doces, falam delicadamente, são mais frágeis que as outras mulheres. Porém sendo duras ou doces, todas continuam gostando de boas conversas, ainda reparam na roupa das amigas, se cuidam, gostam do que ouve, se divertem rindo uma das outras. Entendam uma coisa. Homens e gays, Mulheres e lésbicas agem da mesma forma porém têm gostos diferentes. Somos seres-humanos, nem todos gostam do azul, alguns preferem o verde.

Termos são muito prejudiciais a qualquer raça, cultura, religião...
Agora voltemos ao termo "Preto", parece comum dize-lo, afinal se sou branco você pode ser o preto e por assim dizer. Porém a questão não está na palavra em si, e sim em ter que usá-la. Como foi dito anteriormente, todos queremos ser iguais, queremos ser diferentes até onde o limite nos permite. Vemos um grande exemplo na forma que as pessoas se unem. Negros preferem um lugar com sua cultura, Crente preferem um local livre de julgamento sobre suas religiões, Gays preferem estar juntos para com os outros iguais a eles. O diferente assusta, perturba, faz com que criamos PRÉ-conceitos que não cabem em nossos argumentos. O conceito existe quando você sabe do que se trata, você pode levantar a sua opinião e discutir sobre aquilo.

Por fim o que tenho a dizer é simples.
O Negro é o único que sente na pele as marcas de sua cor.
O Religioso é o único que sente nos olhos as marcas de sua religião
O Gay é o único que sente no peito as dores da sua condição.
E todos eles têm nomes, não são rótulos.

Antes de julgar o próximo, tente entende-lo. Afinal, se todos fossemos iguais, não teria a menor graça e nem o porque procurar por alguém como nós, que sente o que sentimos e aja como agimos.

"Amai-vos uns aos outros como a ti mesmo"

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