sábado, 24 de novembro de 2012

Defina: Par Perfeito


Então mais uma vez lhes pediram para definir um par perfeito, mas desta vez era preciso descrever com detalhes como seria as principais características deste par. Sem deixar que nada lhe escapasse, sem deixar de citar aqueles defeitos que fazem diferença no contraste com suas qualidades mais bonitas. Que ficasse claro a altura, o sorriso e todas estas questões física, afinal se era uma brincadeira poderia ser quem eles imaginassem.

A garota mais nova começou a brincadeira:
- O meu par perfeito teria olhos claros, um cabelo com uma franja jogada de lado. Nem muito alto, nem tão pequeno, a altura suficiente pra eu ter que levantar o pescoço para beija-lo. Ele me traria flores depois de uma briga, diria todos os dias que sou a mulher de sua vida. Tocaria violão e faria uma música sobre nós dois. Contando a todos a nossa história, com cada data e cada momento guardado dentro de sua mente. Ele teria uma pequena pitada de ciúmes, mas saberia lidar com o fato de eu ter amizade com outros garotos. Ficaria bravo quando eu demorasse pra me arrumar, mas ficaria feliz ao me ver arrumada. Me chamaria de um apelido doce não teria vergonha de contar ao outros sobre nós dois. 

Todos olharam e algumas garotas ali se viram arrepiar com tal descrição, soltaram risadinhas baixas se imaginando com o "par perfeito" descrito pela primeira garota da roda. Exceto Carolina se animou com tudo aquilo, afinal ela já era um pouco mais velha que todas as outras garotas, mas esperou pela sua vez e então outra garota, essa um pouco mais velha, namorava já a algum tempo, porém era aquele tipo de garota apaixonada demais por alguém que fazia tudo certo na hora certa, mas quis falar a respeito.

A garota que namorava quis falar e participar daquela brincadeira:
- O meu par perfeito tem olhos castanhos, um cabelo raspado. É do tipo engraçado e não do tipo bonito que todas as garotas querem. Ele é um pouco mais alto que eu, porém tem a minha altura quando estou usando salto alto. Ele me chama de apelidos que eu detesto, mas que odiaria que ele não chamasse. Ele é tipo príncipe encantado, me presenteia sempre. Todos os dias me traz algum mimo e isso o torna muito fofo.  Ele gosta de ver quando estou me arrumando, e por vocês pede que façamos amor antes de sair para algum lugar. Ele é carinhoso, gosta de me abraçar até me deixar sem ar. Me liga na madrugada para dizer que me ama e eu não conseguiria defini-lo melhor que se não o meu "par perfeito".

Carolina viu algumas garotas se emocionarem, e viu enquanto cochichavam falando de alguns namoros que eram bem assim. Outras que nunca tinham namorado, ficaram se imaginando com este tipo de cara em suas vidas. Ela sentia que não queria participar da brincadeira, mas como se no mesmo instante, todas olharam para ela se perguntando porque não havia se emocionado com a história. Então se sentiu obrigada a responder.

A garota mais velha não participou da brincadeira, mas quis argumentar:
- Eu ja tive Quinze anos, e uma vontade enorme de encontrar o rapaz de olhos claros com cabelos jogados de lado. Nem tão baixo, nem tão alto. Com altura suficiente pra me fazer erguer a cabeça para beijá-lo. Mas foi com Dezoito que conheci o cara engraçado e não do tipo que todas as garotas querem. Que fazia tudo por mim, que me presenteava sempre, que me chamava de apelidos carinhos que eu odiava, porém sentiria falta se ele não o fizesse. E por muito tempo eu pude definir meu par perfeito. Hoje descobri que já não o posso fazer.

Todas ficaram em silêncio, e algumas até entenderam o porque daquele argumento. Porém ainda se perguntaram o que se passava com Carolina. Esta por sua vez viu uma lágrima escorrer em sua face, não queria chorar, nem se mostrar fraca. Já havia passado por muitas coisas e estava ali pra mostrar pra aquelas pequenas garotas o que o amor realmente significava. Enxugou o rosto, e pôs-se a falar.

- O meu par perfeito teria os olhos fixados aos meus, nem azuis, nem castanhos. Queria que fosse em um tom claro, mas que me confundisse no escuro. Ele poderia ser alto, talvez baixo, na verdade eu me prenderia mais a ideia do abraço dele me fazer esquecer do resto do mundo. Ele seria do tipo engraçado que me fizesse rir, do tipo lindo aos meus olhos, sem me importar se mais alguém concordaria comigo. E se me perguntassem o que eu vi nele responderia "Vi o que ninguém vê'. Ele seria chato e brigaria comigo quando eu me atrasasse e nem sequer repararia na minha roupa, afinal ele gosta mais quando estou vestindo nada. Ele me ligaria nas horas mais inusitadas só para me dar um oi, ou para não dizer nada, apenas pra ouvir minha voz. E se ele não ligasse, eu ligaria, afinal eu também seria a garota perfeita. 

Ouviu um pequeno soluço, e a garota mais nova enxugava as próprias lágrimas, continuou:

"Ele nunca me levaria flores e nenhum presente especial, mas quando o fizesse, eu choraria, porque ele teria me surpreendido. Ele teria resposta para todas as minhas perguntas e se não soubesse alguma, inventaria uma bem rápido me fazendo rir da situação. Ele me contaria mentirinhas bobas, do tipo como fico linda quando acordo, ou como gosta da minha comida (mesmo eu não sabendo cozinhar). Mas estas mentirinhas seriam seguidas de boas risadas de nós dois. Sempre seria sincero, mas evitaria me dizer coisas que me magoassem, afinal algumas coisas só servem para nos preocupar e mais nada além disso."

A garota que namorava começou a entender, então continuou a prestar atenção:

"Ele sairia para jogar futebol com seus amigos e não me importaria, afinal, no outro dia teria uma noite só com minhas amigas. Ele morreria de ciumes se alguém olhasse para mim, e me xingaria sem eu ter feito nada, logo em seguida me abraçaria pedindo desculpas, que deveria sentir orgulho quando olhassem para aquela garota linda que ele estava segurando a mão, porém cinco minutos depois ficaria enciumado novamente. Nós faríamos planos furados, finais de semanas frustrados e viagens sem roteiros. Dormiríamos numa rede qualquer e acordaríamos cheio de dores. Ele ia amar a forma como me visto, iria rir das minhas piadas bobas e, principalmente, ser o meu melhor amigo."

Suas lágrimas agora escorriam por todo o rosto, Carolina tinha uma história de amor, na verdade ele tinha mais que uma. E em todas elas sabia o que, realmente, era importante. Então para concluir a brincadeira, se deixou participar.

A garota que entendeu o amor, participou da brincadeira:
- O meu par perfeito seria um cara bobo qualquer, porém que fizesse com que eu me apaixonasse por ele cada dia mais. Ele seria tão completo e tão bom para si mesmo, que me deixaria fazer parte disso. Eu seria tão completa e tão boa de mim mesmo que o deixaria fazer parte disto. Ele multiplicaria todos os meus momentos felizes e dividiria comigo todos os de tristeza. Ele erraria, Eu erraria. Mas juntos acertaríamos. O meu par perfeito seria a melhor e pior parte de mim.

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